São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Poupança da Caixa cresce 22% em 2008

Apesar de a valorização da poupança de 2008 ter sido a pior dos últimos dez anos, a captação líquida da Caixa Econômica Federal fechou o ano passado com um crescimento de 22,2%. O total de depósitos em poupança na Caixa subiu de R$ 75,4 bilhões em 2007 para R$ 92,2 bilhões no final do ano passado.
Com esse desempenho, a Caixa aumenta sua participação no mercado de 32,5% para 34% de 2007 para 2008. No ano passado, a Caixa registrou uma captação líquida de R$ 10,8 bilhões, 62% dos R$ 17,4 bilhões captados pelo mercado. Em 2007, a Caixa tinha captado R$ 10,7 bilhões, e o mercado, R$ 33,4 bilhões.
Para este ano, o vice-presidente de pessoa física da Caixa, Fábio Lenza, está otimista. Ele espera no mínimo repetir o desempenho do ano passado. Sua aposta é que, em 2009, a captação líquida atinja R$ 11 bilhões e o total de depósitos em poupança supere o patamar de R$ 100 bilhões.
Ao fazer essa previsão, Lenza toma como base o cenário de queda da taxa básica de juros neste ano. Os juros em baixa tornam mais atrativas as aplicações em poupança, já que se trata de um investimento com rentabilidade garantida de 6% ao ano acima da TR. Já o rendimento das outras aplicações de renda fixa está indexado ao juro básico.
"Nós vamos estar no segundo semestre com taxas menores de juros e todos os investidores vão começar a ver a poupança como uma opção para a diversificação de seu portfólio de aplicações", diz Lenza.
Pelos cálculos de Lenza, se a taxa básica de juros chegar ao final de 2009 em 11% ou em 11,25%, o rendimento da poupança será superior ao dos fundos de renda fixa. Nessa conta, ele inclui a cobrança de taxa de administração de cerca de 1,5% dos administradores de fundos de renda fixa.
Em 2008, segundo cálculos da Economática, a caderneta de poupança se valorizou em 7,9%, a segunda pior rentabilidade dos últimos dez anos. Em 2007, a valorização foi de 7,7%. O ganho real do poupador (descontando os 5,9% do IPCA no ano passado) foi de apenas 1,89%. Em 2007, a rentabilidade líquida foi de 3,33%.




Consumo de energia despenca em dezembro, afirma Comerc

Os efeitos da crise no consumo de energia elétrica foram sentidos definitivamente em dezembro. No último mês de 2008, a queda no consumo foi de 18% em relação a novembro, segundo levantamento da Comerc, comercializadora e gestora independente de energia. A variação foi de 699 MW consumidos em novembro contra 572 MW em dezembro.
A redução já vinha ocorrendo desde outubro, quando houve queda de 2% sobre setembro, e, em novembro, a redução aumentara para 6%. O tombo brusco em dezembro pode ser explicado pelas férias coletivas. Em 2008, com a redução da atividade econômica, mais empresas decretaram férias coletivas do que costuma ocorrer tradicionalmente, segundo Marcelo Parodi, presidente da Comerc Comercializadora. Cerca de 14% das empresas levantadas deram férias coletivas "anormais" em dezembro.
Na comparação com dezembro de 2007, o consumo de dezembro de 2008 recuou 1%. Segundo Parodi, os demais meses de 2008, quando comparados a 2007, tinham taxa de crescimento média de 24%. Em julho, a Comerc registrou 32%.
Para janeiro, Parodi não espera cenário diferente. "Muitas empresas continuam em férias coletivas. O quadro para janeiro será parecido com dezembro. Após fevereiro, dependerá do desenrolar da crise."
Na separação por setores, plásticos e borracha tiveram as maiores quedas. Os únicos que cresceram foram comércio varejista e embalagens, que tradicionalmente ficam mais aquecidos no Natal. O número de setores que apresentaram queda de consumo também tem aumentado nos últimos meses.

REGIONAL
O Banco Central acaba de aprovar o projeto de constituição do Banco Gerador, uma instituição de investimentos e crédito com foco de atuação no Norte e no Nordeste. O alvo do Banco Gerador, de acordo com o pernambucano Paulo Dalla Nora, que vai comandar a instituição, são as empresas familiares com faturamento entre R$ 100 milhões e R$ 250 milhões por ano que pretendem investir na profissionalização de alternativas de joint ventures, fusões e aquisições. O novo banco também concederá empréstimos consignados para financiamento aos funcionários ligados às empresas. O Gerador pretende atingir uma carteira de ativos de R$ 100 milhões para crédito pessoal e R$ 250 milhões na carteira de investimento para empresas nos primeiros 18 meses de operação.

CAÇA
De olho nos R$ 50,2 bilhões que o governo brasileiro pretende gastar para reequipar as Forças Armadas, representantes da Dassault Aviation, empresa francesa fabricante dos caças Rafale, fazem, no dia 15, uma apresentação na sede da Abimde (associação de indústrias de materiais de defesa), em São Paulo. Querem oferecer transferência de tecnologia na área de aviação caso sejam incluídos no pacote de compras da Aeronáutica. A Abimde também foi procurada pela americana Boeing.

ENERGIA
A Energias do Brasil, empresa do grupo EDP- Energias de Portugal, vai investir R$ 1 bilhão nos próximos três anos no país. Os projetos incluem a aquisição ou construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas, termelétricas a gás e de usinas de geração de energia elétrica por meio de biomassa ou por via eólica, de acordo com Miguel Setas, vice-presidente de novos negócios da EDP Energias do Brasil.

COTAÇÃO
O dólar deve fechar o primeiro trimestre cotado acima de R$ 2,10. Essa é a opinião de 57% dos entrevistados em uma pesquisa realizada pela RSM Boucinhas, Campos & Conti Auditores Independentes. Outros 31% dos participantes acreditam que a cotação deverá ficar entre R$ 1,90 e R$ 2,10. Apenas 12% apostam em um patamar menor, de R$ 1,90. Foram abordadas 154 pessoas pelo site da empresa.

CONSIGNADO
A Mongeral fechou parceria com o ibi, braço financeiro do grupo controlador da C&A no Brasil, para ampliar atuação no mercado de crédito consignado, passando a comercializar, em lojas do ibi, o MongeralCred, que resulta de parceria entre a Mongeral e o Unibanco.

EM PARIS
A Associação Brasileira de Franchising, as redes Arezzo, Bob's, Hering e outras participarão da Franchise Expo Paris, em março.

NO AR
A Ogilvy colocou no ar o website www.ogilvyonrecession.com, com dicas para conduzir negócios na crise. Segundo Sérgio Amado, presidente do grupo Ogilvy no Brasil, o material orienta sobre identificação de consumidores, otimização de orçamento e comunicação eficiente. "Todo dinheiro investido agora é mais pensado para que tenha retorno eficiente." Segundo Amado, empresas que elevam aportes em marketing em períodos de recessão se recuperam três vezes mais rápido quando passa a tempestade. Os dados estão no site. Amado diz que a propaganda sentirá a recessão, e os mercados da Europa e dos EUA são as maiores vítimas. "Só a América Latina vai cumprir todas as metas da companhia."

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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