|
Próximo Texto | Índice
Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Poupança da Caixa cresce 22% em 2008
Apesar de a valorização da
poupança de 2008 ter sido a
pior dos últimos dez anos, a
captação líquida da Caixa Econômica Federal fechou o ano
passado com um crescimento
de 22,2%. O total de depósitos
em poupança na Caixa subiu de
R$ 75,4 bilhões em 2007 para
R$ 92,2 bilhões no final do ano
passado.
Com esse desempenho, a
Caixa aumenta sua participação no mercado de 32,5% para
34% de 2007 para 2008. No ano
passado, a Caixa registrou uma
captação líquida de R$ 10,8 bilhões, 62% dos R$ 17,4 bilhões
captados pelo mercado. Em
2007, a Caixa tinha captado
R$ 10,7 bilhões, e o mercado,
R$ 33,4 bilhões.
Para este ano, o vice-presidente de pessoa física da Caixa,
Fábio Lenza, está otimista. Ele
espera no mínimo repetir o desempenho do ano passado. Sua
aposta é que, em 2009, a captação líquida atinja R$ 11 bilhões
e o total de depósitos em poupança supere o patamar de R$
100 bilhões.
Ao fazer essa previsão, Lenza
toma como base o cenário de
queda da taxa básica de juros
neste ano. Os juros em baixa
tornam mais atrativas as aplicações em poupança, já que se
trata de um investimento com
rentabilidade garantida de 6%
ao ano acima da TR. Já o rendimento das outras aplicações de
renda fixa está indexado ao juro
básico.
"Nós vamos estar no segundo
semestre com taxas menores
de juros e todos os investidores
vão começar a ver a poupança
como uma opção para a diversificação de seu portfólio de aplicações", diz Lenza.
Pelos cálculos de Lenza, se a
taxa básica de juros chegar ao
final de 2009 em 11% ou em
11,25%, o rendimento da poupança será superior ao dos fundos de renda fixa. Nessa conta,
ele inclui a cobrança de taxa de
administração de cerca de 1,5%
dos administradores de fundos
de renda fixa.
Em 2008, segundo cálculos
da Economática, a caderneta de
poupança se valorizou em
7,9%, a segunda pior rentabilidade dos últimos dez anos. Em
2007, a valorização foi de 7,7%.
O ganho real do poupador (descontando os 5,9% do IPCA no
ano passado) foi de apenas
1,89%. Em 2007, a rentabilidade líquida foi de 3,33%.
Consumo de energia despenca em dezembro, afirma Comerc
Os efeitos da crise no consumo de energia elétrica foram
sentidos definitivamente em
dezembro. No último mês de
2008, a queda no consumo foi
de 18% em relação a novembro,
segundo levantamento da Comerc, comercializadora e gestora independente de energia.
A variação foi de 699 MW consumidos em novembro contra
572 MW em dezembro.
A redução já vinha ocorrendo
desde outubro, quando houve
queda de 2% sobre setembro, e,
em novembro, a redução aumentara para 6%. O tombo
brusco em dezembro pode ser
explicado pelas férias coletivas.
Em 2008, com a redução da atividade econômica, mais empresas decretaram férias coletivas do que costuma ocorrer tradicionalmente, segundo Marcelo Parodi, presidente da Comerc Comercializadora. Cerca
de 14% das empresas levantadas deram férias coletivas
"anormais" em dezembro.
Na comparação com dezembro de 2007, o consumo de dezembro de 2008 recuou 1%. Segundo Parodi, os demais meses
de 2008, quando comparados a
2007, tinham taxa de crescimento média de 24%. Em julho, a Comerc registrou 32%.
Para janeiro, Parodi não espera cenário diferente. "Muitas
empresas continuam em férias
coletivas. O quadro para janeiro será parecido com dezembro. Após fevereiro, dependerá
do desenrolar da crise."
Na separação por setores,
plásticos e borracha tiveram as
maiores quedas. Os únicos que
cresceram foram comércio varejista e embalagens, que tradicionalmente ficam mais aquecidos no Natal. O número de setores que apresentaram queda
de consumo também tem aumentado nos últimos meses.
REGIONAL
O Banco Central acaba de aprovar o projeto de constituição do Banco Gerador, uma instituição de investimentos e
crédito com foco de atuação no Norte e no Nordeste. O alvo
do Banco Gerador, de acordo com o pernambucano Paulo
Dalla Nora, que vai comandar a instituição, são as empresas
familiares com faturamento entre R$ 100 milhões e R$ 250
milhões por ano que pretendem investir na profissionalização de alternativas de joint ventures, fusões e aquisições. O
novo banco também concederá empréstimos consignados
para financiamento aos funcionários ligados às empresas. O
Gerador pretende atingir uma carteira de ativos de R$ 100
milhões para crédito pessoal e R$ 250 milhões na carteira
de investimento para empresas nos primeiros 18 meses de
operação.
CAÇA
De olho nos R$ 50,2 bilhões que o governo brasileiro pretende gastar para reequipar as Forças Armadas,
representantes da Dassault
Aviation, empresa francesa
fabricante dos caças Rafale,
fazem, no dia 15, uma apresentação na sede da Abimde
(associação de indústrias de
materiais de defesa), em São
Paulo. Querem oferecer
transferência de tecnologia
na área de aviação caso sejam incluídos no pacote de
compras da Aeronáutica. A
Abimde também foi procurada pela americana Boeing.
ENERGIA
A Energias do Brasil, empresa do grupo EDP- Energias de Portugal, vai investir
R$ 1 bilhão nos próximos
três anos no país. Os projetos incluem a aquisição ou
construção de Pequenas
Centrais Hidrelétricas, termelétricas a gás e de usinas
de geração de energia elétrica por meio de biomassa ou
por via eólica, de acordo com
Miguel Setas, vice-presidente de novos negócios da EDP
Energias do Brasil.
COTAÇÃO
O dólar deve fechar o primeiro trimestre cotado acima de R$ 2,10. Essa é a opinião de 57% dos entrevistados em uma pesquisa realizada pela RSM Boucinhas,
Campos & Conti Auditores
Independentes. Outros 31%
dos participantes acreditam
que a cotação deverá ficar
entre R$ 1,90 e R$ 2,10. Apenas 12% apostam em um patamar menor, de R$ 1,90.
Foram abordadas 154 pessoas pelo site da empresa.
CONSIGNADO
A Mongeral fechou parceria com o ibi, braço financeiro do grupo controlador da
C&A no Brasil, para ampliar
atuação no mercado de crédito consignado, passando a
comercializar, em lojas do
ibi, o MongeralCred, que resulta de parceria entre a
Mongeral e o Unibanco.
EM PARIS
A Associação Brasileira de
Franchising, as redes Arezzo, Bob's, Hering e outras
participarão da Franchise
Expo Paris, em março.
NO AR
A Ogilvy colocou no ar o
website www.ogilvyonrecession.com, com dicas
para conduzir negócios na
crise. Segundo Sérgio Amado, presidente do grupo
Ogilvy no Brasil, o material
orienta sobre identificação
de consumidores, otimização de orçamento e comunicação eficiente. "Todo dinheiro investido agora é
mais pensado para que tenha retorno eficiente." Segundo Amado, empresas
que elevam aportes em marketing em períodos de recessão se recuperam três vezes mais rápido quando passa a tempestade. Os dados
estão no site. Amado diz que
a propaganda sentirá a recessão, e os mercados da Europa e dos EUA são as maiores vítimas. "Só a América
Latina vai cumprir todas as
metas da companhia."
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
Próximo Texto: Governo poderá financiar imóveis de até R$ 500 mil Índice
|