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Financiamento farto eleva preço de imóveis
DA REPORTAGEM LOCAL
A expansão do crédito imobiliário deve levar à valorização
nos preços dos imóveis nas
principais regiões metropolitanas do país, especialmente em
locais com potencial limitado
de construção, movimento que
aconteceu na Europa e nos
EUA no fim dos anos 90 e início
da década, segundo analistas.
Isso porque a facilidade no financiamento permite que um
número maior de famílias consiga comprar um imóvel, cuja
oferta pode ser limitada nas regiões mais disputadas.
Prevendo um aumento nos
preços dos terrenos, as principais construtoras do país buscaram recursos no mercado financeiro para prospectar oportunidades nas principais cidades brasileiras.
Nos últimos três anos, esse
aquecimento levou a um aumento médio de 35% nos preços dos imóveis novos na região
metropolitana de São Paulo, o
que fez com que apartamentos
em localidades como Osasco
(Grande São Paulo) ficassem
hoje com o preço que um imóvel em Pinheiros (zona Oeste),
de mesma metragem, tinha há
três anos, segundo a Embraesp,
consultoria especializada em
avaliação de imóveis.
"Há um pouco de exagero em
se pensar que Osasco tem o
preço de Pinheiros três anos
atrás. São regiões que passaram
por transformações. O metrô
chegará a Pinheiros e isso valoriza os imóveis. Não quer dizer
que daqui a três anos Osasco vai
ter o preço atual de Pinheiros",
disse Luiz Paulo Pompeia, economista da Embraesp.
Para o economista, as construtoras tendem a suprir a demanda nas principais regiões, o
que pode conter os preços em
caso de excesso de oferta.
Na avaliação da Embraesp, o
programa Minha Casa, Minha
Vida deverá aumentar em 40%
os novos empreendimentos
lançados na região metropolitana de São Paulo, local que
tem impacto limitado devido
ao valor máximo de R$ 130 mil.
Especialista na avaliação de
imóveis, Pompeia não sabe
afirmar qual impacto o programa poderá ter no preço de residências populares, que poderão
até cair se acontecer um eventual excesso de oferta em algumas localidades. O mesmo poderá acontecer com imóveis de
maior valor, se surgirem apartamentos populares oferecendo conforto semelhante.
"A valorização dos imóveis
novos demora para chegar nas
residências usadas. Quando falamos em imóveis, temos de
lembrar que todos os movimentos são lentos. Nada acontece da noite para o dia. O que a
gente sofreu neste ano permitiu um grande ajuste no mercado. Nos dois últimos anos antes
da crise, a gente via lançamentos de quatro dormitórios em
todo canto. Hoje, a maior parte
das construtoras que estão indo para a Bolsa está focada na
baixa renda. O mercado vai para um caminho mais maduro e
mais consistente", disse.
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