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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
"Não descartamos fusão", diz Camargo Corrêa
"Não descartamos a possibilidade de fazer fusão dos ativos
de cimento no Brasil e na Argentina com a Cimpor", disse à
Folha Carlos Pires Oliveira
Dias, membro do Conselho de
Administração da Camargo
Corrêa e um dos acionistas da
companhia, sobre planos futuros após a compra de 22,17% da
construtora Teixeira Duarte na
cimenteira portuguesa Cimpor. O preço oferecido foi de
6,50 por ação.
A participação poderá ser
acrescida de até mais 3% do capital da Cimpor detidos por
pessoas físicas ligadas a Teixeira Duarte, segundo Pires Dias,
que acompanhou as negociações. "Nem todos os familiares
puderam ser contactados a
tempo", disse Vitor Hallack,
presidente do Conselho.
A aquisição torna a Camargo
Corrêa, até então considerada
à parte na disputa pela Cimpor,
a maior acionista individual da
empresa portuguesa, diz Pires.
A Lafarge, que tinha 17,28%
na Cimpor, acabou vendendo a
sua participação para a Votorantim. Segundo Pires, não
existia um acordo entre acionistas da Cimpor.
"Há sinergia entre a Cimpor
e a Camargo Corrêa. Uma fusão
[com a companhia portuguesa]
nos tornaria um player importante, o que é visto como interessante pela administração da
Cimpor", disse Pires.
Por ora, a companhia aguarda as próximas manifestações
da CSN com relação à OPA
(Oferta Pública de Ações), em
que oferece 5,75 por ação da
cimenteira portuguesa, valor
inferior ao pago pela Camargo.
A siderúrgica não pode desistir da oferta, mas pode melhorá-la até amanhã. Dia 17 vence
o prazo para os acionistas aceitarem ou rejeitarem a proposta. O Conselho de Administração da Cimpor já recomendou
aos acionistas que recusassem
a oferta.
Há muita sinergia entre a Cimpor e a Camargo Corrêa
CARLOS PIRES OLIVEIRA DIAS
membro do Conselho de
Administração da Camargo Corrêa
Se familiares de Teixeira
Duarte, que têm 3% da
empresa, venderem, nós
já compramos
VITOR HALLACK
presidente do Conselho
da Camargo Corrêa
Fazenda posterga alta de tributação em bebidas
O Ministério da Fazenda,
em reunião com representantes do setor de bebidas
frias, decidiu postergar a
adoção de nova tabela que
implicaria aumento da tributação.
A nova tabela, que deveria
entrar em vigor em março,
foi calculada pela Receita Federal para pagamento de impostos e foi feita em conformidade com o setor.
A lista leva em conta os diferentes volumes e embalagens dos produtos. Pela primeira vez, representantes
das empresas alegaram que
este será um ano de muitos
investimentos e que, com o
aumento de tributação, teriam de subir preços de produtos ou reduzir o ritmo de
expansão.
O ministro Guido Mantega, diante do setor que compareceu em peso e unido, pela primeira vez, ficou de estudar o tema. Declarou que
considera importante o volume de investimentos previstos pela indústria e que gostaria de marcar outra reunião do setor, desta vez, com o presidente Lula. Por ora, e
possivelmente neste semestre, a nova tabela não será
aplicada.
CHUVA, SUOR E CERVEJA
"Carregamos muito os outros setores. Nosso aumento
de tributação pagou a isenção de IPI de outros setores",
diz João Castro Neves, presidente da AmBev. Se não
houver aumento da carga tributária, o investimento neste ano, será de R$ 2 bilhões, sem contar despesas com
vendas, um recorde na companhia. Novas fábricas estão
sendo construídas nos mesmos terrenos das unidades já
existentes para dobrar a produção em ao menos três delas. A planta de Minas já está pronta e a de Manaus será
inaugurada até março. Em São Paulo, a unidade de Agudos também terá a produção duplicada.
Uma fábrica totalmente nova será construída em local
que ainda será definido. As chuvas até que atrapalham
um pouco a distribuição de bebidas, mas o consumo segue alto com todo o calor neste verão e a chegada do
Carnaval, diz Neves. A companhia tem em estudos 40
inovações de produtos para lançamento nos próximos
anos, sendo que um deles deve sair entre março e abril.
A Copa do Mundo também vai inspirar novas embalagens e promoções que, segundo a AmBev, pode gerar um
aumento de volume superior em junho e julho, quando
as vendas recuam devido ao inverno.
TIJOLO 1
A construção civil brasileira fechou 2009 com crescimento de 10,21% no nível
de emprego do setor, na
comparação com dezembro
do ano anterior. O saldo ficou positivo com 213 mil
trabalhadores contratados
no ano e chegou a 2,298 milhões de empregados em dezembro do ano passado, segundo o SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de
São Paulo).
TIJOLO 2
Houve demissões em dezembro de 2009, sob efeito
sazonal, segundo o SindusCon-SP. A construção civil
dispensou 53,5 mil trabalhadores com carteira assinada,
o que representa queda de
2,28% no nível de emprego
do setor na comparação com
novembro. No Estado de São
Paulo, foram demitidos
8.818 trabalhadores, queda
de 1,34%. No ano, o setor
criou 58,2 mil novos postos
de trabalho no Estado, alta
de 9,82%.
DESACORDO
Na reunião de terça-feira
entre o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e representantes da indústria, liderados pelo presidente da CNI, Armando
Monteiro Neto, sobre a PEC
da redução da jornada de
trabalho, Robson Andrade, o
provável sucessor de Monteiro na presidência da CNI,
disse que a redução de encargos da folha de pessoal já
é bandeira antiga do empresariado, indicando que o argumento não seria aceito como moeda de troca, segundo
um participante da reunião.
VIDRO VERDE
Está em tramitação na
Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e
Fiscalização e Controle do
Senado o projeto de lei que
responsabiliza as empresas
que vendem e instalam vidros automotivos a darem
destinação final adequada
ao produto, como a reciclagem. A iniciativa partiu do
Instituto Autoglass Socioambiental.
Minas Gerais apresenta programa nos Estados Unidos
O programa de inovação do
governo mineiro, que criou
um sistema de polos de desenvolvimento de pesquisa e tecnologia focados em setores,
gerou interesse no governo
dos Estados Unidos.
No próximo dia 25, o secretário de Ciência, Tecnologia e
Ensino Superior do Estado de
Minas Gerais, Alberto Duque
Portugal, irá a Washington
para fazer uma apresentação
para oficiais da Casa Branca,
membros do Departamento
de Energia e Comércio, agências federais e representantes
de laboratórios e de universidades americanas.
Portugal falará sobre o projeto implantado em 2006 pelo
governo mineiro. "O trabalho
de Minas abrange atração de
investimento para gerar valor
agregado, fortalecer incubadoras, acelerar inclusão digital e fechar parcerias com centros de pesquisa particulares."
O exemplo brasileiro será
apresentado em um simpósio
que pretende orientar o projeto da administração de Barack
Obama, que está investindo
em "clusters" de alta tecnologia, para o desenvolvimento
de setores como energia para
acelerar a produção de combustíveis solares e melhorar a
eficiência energética por meio
de design.
com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK
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