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São Paulo, terça-feira, 11 de março de 2003

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Mercado já prevê taxa de 2002 em 2003

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O mercado já espera que a inflação deste ano fique nos mesmos níveis observados em 2002, segundo pesquisa feita pelo Banco Central entre bancos e empresas de consultoria. Segundo o levantamento, a estimativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) passou de 12,33% para 12,52%. No ano passado, a alta foi de 12,53%.
Foi a sétima semana consecutiva em que a pesquisa feita pelo BC mostra um aumento no pessimismo do mercado em relação ao comportamento da inflação esperado para este ano.
Isso significa que, para os investidores, o BC está cada vez mais longe de cumprir a meta de 8,5% fixada pela própria instituição para a inflação deste ano. O sistema de metas de inflação vigora no país desde 1999, mas os objetivos estabelecidos pelo governo só foram cumpridos nos dois primeiros anos.
A pesquisa do BC mostra também uma piora nas expectativas do mercado em relação a outros índices de preços. Segundo o levantamento, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que mede a inflação em São Paulo, deve ficar em 11,47% -contra 11,33% da pesquisa anterior. Em relação ao IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), a projeção passou de 15,81% para 16%.
Mesmo projetando uma inflação alta para o ano, a pesquisa mostra que o mercado espera que os preços comecem a recuar já a partir deste mês. De acordo com o levantamento, espera-se uma alta de 0,87 para o IPCA neste mês, contra 1,6% projetado para fevereiro, cujo resultado oficial ainda não foi divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Para tentar mostrar essa tendência de queda da inflação, o BC passou a incluir na pesquisa projeções para o comportamento esperado do IPCA para os próximos 12 meses. Segundo esses cálculos, a inflação entre fevereiro de 2003 e janeiro de 2004 deverá ficar em 11,21% -ou seja, a alta dos preços observada no início deste ano não deve se repetir daqui para a frente.
Expectativas maiores de inflação podem levar o BC a elevar novamente os juros, a exemplo do que foi feito nos últimos dois meses.


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