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Lobão nega que governo pretenda a reestatização do setor elétrico
Ministro de Minas e Energia descarta as estatais federais no leilão da Cesp
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
CIRILO JÚNIOR
DA FOLHA ONLINE NO RIO
O ministro de Minas e Energia, senador Edison Lobão
(PMDB-MA), negou, ontem,
que haja intenção do governo
federal em reestatizar o setor
elétrico. Durante a posse do novo presidente da Eletrobrás,
José Antonio Muniz Lopes, Lobão disse que está descartada a
participação de Furnas Centrais Elétricas no leilão de privatização da Cesp (Companhia
Energética de São Paulo), controlada pelo governo paulista.
Embora o edital da Cesp
proíba a participação de estatais, Furnas anunciou, no mês
passado, que iria disputar o leilão, marcado para o dia 26. Dias
depois, porém, recuou. Segundo a assessoria de Edison Lobão, o ministro fez ontem o comunicado oficial ao mercado
de que nenhuma estatal federal
tentará comprar a Cesp.
Lobão disse que a Eletrobrás
e suas subsidiárias participarão
de todos os leilões de geração
de energia, para construção de
novas hidrelétricas, mas como
minoritárias em consórcio com
empresas privadas.
O ministro voltou a negar a
possibilidade de novo apagão.
""Nem neste ano, nem nos próximos", afirmou. Disse que o
país vai passar dos atuais 100
mil megawatts instalados para
190 mil megawatts em 20 anos.
Lobão disse que, neste mês,
se reunirá com ministros da Argentina e da Bolívia para discutir a participação da Eletrobrás
em novas hidrelétricas para gerar 12 mil megawatts.
Aumento de combustíveis
Ele também disse que o governo vai segurar, enquanto
puder, o repasse da alta do petróleo no mercado internacional para o preço dos combustíveis. O último aumento da gasolina aconteceu há dois anos e
meio. ""Estamos segurando
desde 2005 e queremos segurar
por mais algum tempo. Por
quanto tempo, não sei. Tudo o
que o governo puder fazer para
não impactar o consumidor, será feito", afirmou.
Agradecimento a Sarney
O novo presidente da Eletrobrás, Muniz Lopes, emocionou-se ao agradecer o senador
José Sarney (PMDB-AP) para
sua nomeação para o cargo.
Engenheiro, funcionário do
sistema Eletrobrás há 45 anos,
ele também agradeceu ao
PMDB, a Edison Lobão e ao
presidente Lula. Lobão disse
que indicação política não é incompatível com o ""bom uso da
máquina pública", desde que
sejam indicados técnicos.
Segundo Muniz, Lula quer a
Eletrobrás liberada de amarras
administrativas -como a obediência à lei 8.666 em suas licitações- tal qual a Petrobras. A
medida provisória 396, a ser
votada hoje no Senado, segundo ele, cria regimento próprio
de licitação para a estatal.
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