São Paulo, quinta-feira, 11 de março de 2010

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Otimismo sobe, e Bolsa avança 0,58%; dólar cai a R$ 1,77

BC volta a atuar forte no câmbio e compra US$ 800 mi em 3 dias

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os mercados globais tiveram ontem um segundo dia de trégua no pessimismo, o que levou parte dos analistas a arriscar palpites sobre a formação de novo consenso de uma recuperação lenta nos preços de ações, commodities e ativos de risco.
No Brasil, a renovação da confiança derrubou o dólar comercial, que encerrou ontem a R$ 1,773, com baixa de 0,51% -no mês, a moeda já "devolveu" 1,88% da valorização.
Mesmo assim, o dólar ainda acumula alta de 1,72% no ano.
A Bolsa de Valores de São Paulo avançou mais 0,58% no Ibovespa, que encostou em 70 mil pontos -o índice terminou ontem a 69.979 pontos.
De acordo com o consultor Milton Wagner, da Wagner Investimentos, o pacote fiscal na Grécia, a recuperação do emprego nos Estados Unidos e o bom desempenho das exportações na China levaram os mercados domésticos a romper dois "patamares de resistência": o dólar a R$ 1,795 e o Ibovespa a 68.400.
Na avaliação da consultoria, se o novo cenário se solidificar, o dólar pode descer para o nível entre R$ 1,70 e R$ 1,72, enquanto a Bolsa poderá subir até 73 mil pontos. A consultoria projeta cenários com base no comportamento de diferentes investidores -fundos de pensão, de hedge e de curto prazo.
Para Mirian Tavares, diretora da corretora AGK, no entanto, ainda é cedo para falar em novos cenários para os mercados, que, de acordo com ela, deverão continuar voláteis nos próximos dias "com os preços dos ativos financeiros dentro de patamares previsíveis e relativamente estáveis, alternando o viés positivo com o negativo".

Câmbio
O Banco Central voltou a atuar no câmbio, depois de ficar praticamente fora nas últimas seis semanas, período de alta volatilidade. Entre o dias 3 e 5, a autoridade monetária comprou US$ 800 milhões, 130% mais do que em todo o mês de fevereiro. As intervenções foram realizadas mesmo com saída de recursos na primeira semana do mês -os dólares repatriados superaram a entrada em US$ 1,2 bilhão.
No ano, o fluxo de dólares está negativo em US$ 530 milhões, próximo do resultado registrado no mesmo período de 2009, uma saída de US$ 680 milhões. Diferentemente do ano passado, no entanto, esse resultado se deve a uma piora na área de comércio exterior, e não a uma perda de recursos na área financeira.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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