São Paulo, domingo, 11 de abril de 2004

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MÃO NA RODA

Entidade chegou a ampliar financiamento rural em 32% em um ano

Cooperativas substituem bancos

DA REDAÇÃO

A demanda por financiamento no setor agrícola abriu caminho, nos anos 90, para a expansão das cooperativas de crédito.
A Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo), fundada em 1992, criou, três anos mais tarde, seu braço financeiro, o Bansicredi, o primeiro banco cooperativo privado do país. Em 2003, as operações de crédito rural da Sicredi, que reúne cooperativas de seis Estados, somaram R$ 536,5 millhões (uma alta de 31,9%).
Apenas no Paraná, a Sicredi responde por cerca de 15% do financiamento da atual safra, segundo a Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná).
O Sicoob (Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil) atua em mais de 15 Estados. Fundado em 97, também possui um banco, o Bancoob, que emprestou R$ 540 milhões (24,1% a mais sobre 2002). "A demanda por crédito rural é muito maior do que conseguimos oferecer", diz Abel de Lima Filho, gerente de operações de crédito.
A maioria dos recursos das cooperativas passa pelas linhas oficiais. Segundo a Sicredi, só o Pronaf (programa para a agricultura familiar) respondeu por R$ 138 milhões (25,7%) do volume emprestado em 2003.
Mas a ausência do governo e de bancos não impede que a Carol (Cooperativa dos Agricultores da Região de Orlândia), com 4.000 associados em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, financie seus produtores. Ela diz não acessar linhas oficiais, por via direta, desde 95. "Já adiantamos aos produtores R$ 150 milhões na atual safra. Captamos até no exterior", diz o presidente da Carol, José Oswaldo Junqueira.
Produtor de soja e milho no norte do Paraná, em Santa Cecília do Pavão, Sérgio Munhoz, 40, diz que deixou de usar recursos de bancos por causa das exigências burocráticas. Associado da Cooperativa Integrada, Munhoz afirma que financia o custeio e a comercialização da safra de duas formas. "Eu troco uma quantidade de soja que colhi por outra um pouco menor da cooperativa, mas de melhor qualidade, que uso como semente. E retiro herbicidas e outros insumos para pagar depois com a venda de parte da safra."


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