HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério de Minas e Energia informou ontem que não haverá cortes no fornecimento de gás natural para as distribuidoras pelo menos até 0h de quinta-feira.
Até lá será feita nova avaliação do andamento das obras para restabelecer o fluxo do gás importado por meio do gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol).
O governo está otimista em relação à possibilidade de não precisar realizar os cortes. "O que nós estamos torcendo é para que, a partir de quinta-feira, possamos voltar e dizer para vocês que foi um susto e nós não vamos ter racionamento de gás", disse o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau.
Assim como o ministério, a Petrobras também informou ontem que o abastecimento de gás natural não deverá ser afetado por causa do rompimento do duto.
Na madrugada do último dia 2, fortes chuvas causaram uma enxurrada que rompeu aproximadamente 800 metros de um "duto de condensados" (infra-estrutura que carrega líquidos produzidos na extração do gás) na Província de Gran Chaco, sul da Bolívia.
Com o acidente, a quantidade de gás natural enviado para o Brasil caiu de 26 milhões de metros cúbicos para um volume entre 18 milhões e 21 milhões de metros cúbicos por dia. Os trabalhos de reparo do duto foram dificultados pelas fortes chuvas e por piquetes de bolivianos que protestavam por maior participação nos royalties para suas Províncias.
Ontem o governo brasileiro informou que poderá usar um duto adicional, que não estava em funcionamento, para transportar os líquidos que são necessários para o escoamento do gás.
Se não houver mais problemas de chuva e com piqueteiros, essa infra-estrutura provisória deverá estar operando até o final da semana. Os reparos definitivos no duto original levarão aproximadamente 30 dias.
"A possibilidade de qualquer corte eventual para as distribuidoras, que não chegaria a 9%, está descartada pelo menos até 0h de quinta-feira. Estamos otimistas no sentido de resolver temporariamente o abastecimento por meio de uma linha provisória", explicou Rondeau.
Por enquanto, as medidas de restrição ao consumo estão sendo absorvidas só pelas termelétricas (72% de redução) e pelas refinarias da Petrobras (51%).