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MERCADO FINANCEIRO
Feriado reduz giro, e investidores mantêm cautela em razão dos juros nos EUA; BC volta a comprar moeda
Com poucos negócios, dólar sobe e Bolsa cai
DENYSE GODOY
DA FOLHA ONLINE
A discussão sobre o impacto do
aumento dos juros dos títulos do
Tesouro dos EUA mantém os investidores cautelosos no Brasil.
Somado ao feriado prolongado
da Páscoa, o resultado ontem foi
uma alta de 0,33% no dólar comercial, que encerrou o dia vendido a R$ 2,157, e uma queda de
1,16% na Bovespa, que voltou a ficar abaixo dos 39 mil pontos e
agora soma 38.474 pontos.
O Banco Central novamente
comprou dólares no mercado à
vista, mas o fluxo de entrada de
divisas continua elevado -como
demonstrado pelo superávit da
balança comercial -, o que segura as cotações. Na Bovespa, os investidores
aproveitaram para embolsar os
lucros da semana passada.
"O volume de negócios ontem
foi bem inferior à média de um
dia normal", afirma Fábio Fernando, operador de câmbio da
corretora Fluxo. Os analistas de
mercado esperam que essa situação se repita pelos próximos dias.
O cenário externo deve continuar no centro das atenções. O
rendimento dos títulos do Tesouro norte-americano teve uma ligeira queda após várias sessões de
alta. O aumento do retorno torna
esses títulos mais atraentes para o
investidor, que pode abandonar
suas aplicações em mercados como o brasileiro. "Debate-se, porém, o tamanho das conseqüências da elevação dos rendimentos
para o mercado doméstico. Afinal, os fundamentos da economia
do país se mantêm sólidos, e os
resultados das empresas, bons, o
que é interessante para qualquer
investidor", diz Roberto Costa,
gerente de renda variável da corretora Concórdia.
No campo político, os desdobramentos da crise no governo
são acompanhados de perto, bem
como a corrida eleitoral. Os resultados da última pesquisa Datafolha de intenções de voto para presidente não assustaram. Lula
manteve a liderança, mas a diferença do ex-governador de São
Paulo Geraldo Alckmin (PSDB)
para Anthony Garotinho
(PMDB) caiu.
"O "efeito Garotinho" [temor de
que, no caso de sua vitória, fossem realizadas grandes mudanças na atual política econômica]
ainda não foi sentido no mercado
financeiro. Até porque um eventual avanço de Garotinho nas pesquisas é limitado, por conta da rejeição que boa parte do eleitorado
tem em relação a ele", diz Costa.
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