São Paulo, terça-feira, 11 de abril de 2006

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MERCADO FINANCEIRO

Feriado reduz giro, e investidores mantêm cautela em razão dos juros nos EUA; BC volta a comprar moeda

Com poucos negócios, dólar sobe e Bolsa cai

DENYSE GODOY
DA FOLHA ONLINE

A discussão sobre o impacto do aumento dos juros dos títulos do Tesouro dos EUA mantém os investidores cautelosos no Brasil. Somado ao feriado prolongado da Páscoa, o resultado ontem foi uma alta de 0,33% no dólar comercial, que encerrou o dia vendido a R$ 2,157, e uma queda de 1,16% na Bovespa, que voltou a ficar abaixo dos 39 mil pontos e agora soma 38.474 pontos.
O Banco Central novamente comprou dólares no mercado à vista, mas o fluxo de entrada de divisas continua elevado -como demonstrado pelo superávit da balança comercial -, o que segura as cotações. Na Bovespa, os investidores aproveitaram para embolsar os lucros da semana passada.
"O volume de negócios ontem foi bem inferior à média de um dia normal", afirma Fábio Fernando, operador de câmbio da corretora Fluxo. Os analistas de mercado esperam que essa situação se repita pelos próximos dias.
O cenário externo deve continuar no centro das atenções. O rendimento dos títulos do Tesouro norte-americano teve uma ligeira queda após várias sessões de alta. O aumento do retorno torna esses títulos mais atraentes para o investidor, que pode abandonar suas aplicações em mercados como o brasileiro. "Debate-se, porém, o tamanho das conseqüências da elevação dos rendimentos para o mercado doméstico. Afinal, os fundamentos da economia do país se mantêm sólidos, e os resultados das empresas, bons, o que é interessante para qualquer investidor", diz Roberto Costa, gerente de renda variável da corretora Concórdia.
No campo político, os desdobramentos da crise no governo são acompanhados de perto, bem como a corrida eleitoral. Os resultados da última pesquisa Datafolha de intenções de voto para presidente não assustaram. Lula manteve a liderança, mas a diferença do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) para Anthony Garotinho (PMDB) caiu.
"O "efeito Garotinho" [temor de que, no caso de sua vitória, fossem realizadas grandes mudanças na atual política econômica] ainda não foi sentido no mercado financeiro. Até porque um eventual avanço de Garotinho nas pesquisas é limitado, por conta da rejeição que boa parte do eleitorado tem em relação a ele", diz Costa.


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