São Paulo, quarta-feira, 11 de abril de 2007

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Desemprego é maior motivo para calote, aponta pesquisa da ACSP

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mudou o perfil do inadimplente de dez anos para cá: hoje, o calote é mais explicado pelo desemprego, as mulheres têm participação maior no total de inadimplentes e cresceu o percentual de maus pagadores mais velhos, entre 31 e 40 anos.
É o que mostra uma pesquisa divulgada pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo), que é realizada pela entidade duas vezes por ano, em parceria com o Instituto de Economia Gastão Vidigal, desde 1997.
Os entrevistados são consumidores que comparecem ao balcão de atendimento do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) por estarem no cadastro de inadimplentes.
Hoje, mostram os dados, 53% dessas pessoas apontam o fato de terem ficado desempregados como a motivação para a inadimplência. Há dez anos, esse motivo era apontado por cerca de 37% dos entrevistados.
"O desemprego tem atrapalhado o consumo, e esse é um problema sério para o comércio", diz Alencar Burti, presidente da ACSP. "A situação do emprego piorou nos últimos dez anos. O desemprego se estabilizou, mas em um patamar alto", avalia Marcel Solimeo, economista da associação.
Por outro lado, aponta Solimeo, o consumidor está mais responsável: em 1997, 22% dos entrevistados apontavam o descontrole nos gastos como motivo para o calote. Esse percentual caiu para 10% hoje.
Ao mesmo tempo, aumentou a quantidade de pessoas que caem na inadimplência porque "emprestam o nome" para algum familiar ou amigo.
Esse motivo nem aparecia há dez anos na pesquisa, mas agora explica 14% da inadimplência, segundo as entrevistas feitas. "Cresceu a quantidade de gente que perdeu acesso ao crédito e tem a solidariedade das pessoas de emprestarem o nome umas para as outras", diz Solimeo.
Outra mudança observada é o crescimento da participação das mulheres entre os inadimplentes, quando se comparam os dados de 1997 e 2007. Há dez anos, as mulheres eram 28% dos mau pagadores.
O percentual cresceu para 43% em 2002 e recuou neste ano, mas ainda se mantém em um patamar elevado: 38%. O aumento reflete a entrada feminina no mercado de trabalho e no mundo do consumo.
Subiu também a participação dos mais velhos entre os maus pagadores: a faixa entre 21 e 30 anos caiu de 42% para 25%.


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