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Desemprego é maior motivo para calote, aponta pesquisa da ACSP
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mudou o perfil do inadimplente de dez anos para cá: hoje, o calote é mais explicado pelo desemprego, as mulheres
têm participação maior no total
de inadimplentes e cresceu o
percentual de maus pagadores
mais velhos, entre 31 e 40 anos.
É o que mostra uma pesquisa
divulgada pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo),
que é realizada pela entidade
duas vezes por ano, em parceria
com o Instituto de Economia
Gastão Vidigal, desde 1997.
Os entrevistados são consumidores que comparecem ao
balcão de atendimento do
SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) por estarem
no cadastro de inadimplentes.
Hoje, mostram os dados,
53% dessas pessoas apontam o
fato de terem ficado desempregados como a motivação para a
inadimplência. Há dez anos, esse motivo era apontado por
cerca de 37% dos entrevistados.
"O desemprego tem atrapalhado o consumo, e esse é um
problema sério para o comércio", diz Alencar Burti, presidente da ACSP. "A situação do
emprego piorou nos últimos
dez anos. O desemprego se estabilizou, mas em um patamar
alto", avalia Marcel Solimeo,
economista da associação.
Por outro lado, aponta Solimeo, o consumidor está mais
responsável: em 1997, 22% dos
entrevistados apontavam o
descontrole nos gastos como
motivo para o calote. Esse percentual caiu para 10% hoje.
Ao mesmo tempo, aumentou
a quantidade de pessoas que
caem na inadimplência porque
"emprestam o nome" para algum familiar ou amigo.
Esse motivo nem aparecia há
dez anos na pesquisa, mas agora explica 14% da inadimplência, segundo as entrevistas feitas. "Cresceu a quantidade de
gente que perdeu acesso ao crédito e tem a solidariedade das
pessoas de emprestarem o nome umas para as outras", diz
Solimeo.
Outra mudança observada é
o crescimento da participação
das mulheres entre os inadimplentes, quando se comparam
os dados de 1997 e 2007. Há dez
anos, as mulheres eram 28%
dos mau pagadores.
O percentual cresceu para
43% em 2002 e recuou neste
ano, mas ainda se mantém em
um patamar elevado: 38%. O
aumento reflete a entrada feminina no mercado de trabalho
e no mundo do consumo.
Subiu também a participação
dos mais velhos entre os maus
pagadores: a faixa entre 21 e 30
anos caiu de 42% para 25%.
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