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TELES
Empresa pediu a Anatel medidas para reduzir tarifas cobradas pela Telefônica
Embratel ameaça deixar mercado
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Embratel ameaçou deixar o
mercado de ligações de telefonia
de longa distância caso a Telefônica passe a competir com ela fora
de São Paulo sem reduzir o preço
das tarifas de uso da sua rede local. A Embratel precisa usar a rede
da Telefônica para chegar aos
clientes em São Paulo e para isso
precisa pagar tarifas de uso da rede local para a Telefônica.
A ameaça foi feita ontem pela
vice-presidente de serviços locais
da empresa, Purificación Carpinteyro, após se reunir com conselheiros da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Até julho de 2003, no entanto, os controladores da Embratel não podem vender a empresa. A Anatel
não se pronunciou sobre a ameaça da Embratel.
Purificación esteve na Anatel
para pedir aos conselheiros da
agência que adotem medidas preventivas contra o que ela chama
de práticas anticompetitivas das
operadoras de telefonia local (Telefônica, Brasil Telecom e Telemar) e que "canibalizam" o mercado.
Dentro do Estado de São Paulo,
segundo Purificación, a Telefônica já tem 75% do mercado de ligações de longa distância. "Embratel e Intelig estão abandonando
esse mercado", disse.
Para a Embratel, a agência não
poderia ter concedido autorização para que a Telefônica prestasse serviço de interurbanos de São
Paulo para outros Estados antes
de fixar uma fórmula que definisse os preços das tarifas cobradas
entre as operadoras.
A vice da Embratel acredita que
a vitória obtida ontem na Justiça
pela empresa (leia texto ao lado)
irá fazer com que a Anatel acabe
adotando as medidas preventivas
pedidas pela empresa.
A briga da Embratel com as
operadoras locais já tem três anos.
O foco da disputa é o preço que as
operadoras locais cobram da empresa para oferecer acesso a sua
infra-estrutura (acesso aos clientes locais). "Nós precisamos das
operadoras locais, mas elas não
precisam de nós para fazer longa
distância", diz Purificación.
A disputa já chegou ao Cade
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica), mas a Embratel
quer uma medida urgente. A empresa alega que as operadoras locais cobram da empresa tarifas
elevadas para o uso de sua rede,
enquanto fazem ligações interurbanas em suas áreas de concessão
com preços abaixo do custo.
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