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Brasil já exporta bem menos para o vizinho
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil exporta hoje a metade
do total de TVs que exportava no
ano passado para a Argentina. O
país vizinho recebe 5,5% do volume geral de carros nacionais embarcados -a taxa era de 20% no
primeiro trimestre de 2001.
A quantidade de têxteis enviada
para lá caiu tanto que criou um
rombo na balança do setor. Em
dólares, de janeiro a março deste
ano o Brasil exportou 76% menos
têxteis para a Argentina do que
em 2001.
Resultado: os produtos foram
parar na Ásia e no México, regiões
emergentes em processo de recuperação econômica ou com situação financeira já estável. Até a
África do Sul está nos planos das
empresas.
Dados da Abit (Associação Brasileira das Indústrias Têxteis)
mostram que mudou a curva do
saldo da balança comercial (exportações menos importações)
do setor na Argentina. Passou de
um resultado positivo de US$ 31,2
milhões de janeiro a março de
2001 para um negativo de US$
15,4 milhões nos primeiros três
meses deste ano.
"Só não foi pior porque ainda
há empresas exportando para a
Argentina, que esperam 90 dias
para receber pela venda", afirma
Paulo Skaf, presidente da Abit.
Os produtos mudaram de direção e foram parar nos países asiáticos e na Europa. O envio de têxteis para a Ásia subiu 69%. Essa
taxa elevada foi alcançada também porque a base anterior era
baixa, ou seja, o país exportava
pouco para lá no ano passado (até
março). No acumulado do último
trimestre, foram enviados US$ 23
milhões em mercadorias. No
mesmo período de 2001 foram só
US$ 14 milhões.
O mesmo aconteceu no caso
dos eletroeletrônicos e dos calçados. No ano passado, uma de cada
quatro TVs exportadas (25%) iam
para o varejo argentino. Nesse
ano, só 13% vão para lá. Agora, os
embarques de aparelhos estão
mais concentrados na Venezuela
e no Chile.
O mesmo acontece com as exportações de automóveis. A Anfavea, entidade que representa o setor, finalizou nesta semana acordos comerciais com o Chile. Serão
enviados para lá 40 mil veículos
neste ano, 45 mil em 2003, 50 mil
em 2004 e 60 mil em 2005.
Há planos de fechar acordos
com a África do Sul em 2003. Com
isso, será reduzida a dependência
em relação ao mercado argentino
-a meta da maioria das companhias brasileiras.
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