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IMPOSTOS
Valor a mais refere-se a 2004
Estudo diz que IR sem correção leva R$ 4,5 bi
MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem a correção da tabela do Imposto de Renda na fonte, os trabalhadores brasileiros deixarão R$
4,5 bilhões a mais somente neste
ano nos cofres da Receita Federal.
O cálculo consta do estudo "Imposto de Renda e Compressão da
Massa Salarial Líquida no Brasil",
elaborado pela Secretaria do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da Prefeitura de São
Paulo e divulgado ontem.
Esse valor considera a tabela
corrigida em 55,32%, que correspondente ao acumulado do IPCA
do IBGE de janeiro de 1996 a março deste ano (88,5%) menos os
17,5% aplicados à tabela em 2002.
Até 1995, a tabela era corrigida
todo ano, com base na inflação do
ano anterior. Depois disso, ela ficou seis anos congelada (1996 a
2001, inclusive). Nova correção só
em janeiro de 2002 (pelos 17,5%).
De lá para cá já são 28 meses sem
reajuste. Pior: no final do ano passado, o Congresso aprovou a manutenção da alíquota de 27,5% até
o final de 2006 (ela deveria voltar a
25% em janeiro deste ano).
Aplicada a correção de 55,32%,
o limite de isenção subiria dos
atuais R$ 1.058 para R$ 1.643 (valor arredondado) por mês. Acima
desse valor e até R$ 3.286, a alíquota seria de 15% (com dedução
de R$ 246,45). Ganhos acima de
R$ 3.286 pagariam 27,5%, com
abatimento de R$ 657,20.
Para o secretário Marcio Pochmann, "a não-correção da tabela
contribui para reduzir a massa salarial e adiar a retomada da expansão da demanda e a recuperação da economia".
Segundo o estudo, os R$ 4,5 bilhões arrecadados a mais pela Receita por não corrigir a tabela
saem dos que ganham entre R$
1.058 e R$ 2.115 (R$ 1,1 bilhão) e
dos que ganham mais do que isso
(R$ 3,4 bilhões). São 6,69 milhões
de pessoas que efetivamente pagam Imposto de Renda no país.
Se a Receita permitisse a correção, o estudo avalia que parte desse dinheiro (R$ 347 milhões, ou
7,7% do total) voltaria para os cofres do fisco na forma de impostos sobre o consumo.
Mas não é só isso. Com a correção, esse consumo elevaria em
0,12% o índice de emprego, ou seja, seriam criadas cerca de 100,5
mil vagas. Mais emprego, mais
produção, mais renda, mais consumo, mais imposto. Um círculo
virtuoso que só traria benefícios.
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