São Paulo, terça-feira, 11 de maio de 2004

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SINAIS MISTOS

IGP-DI registra maior alta desde março de 2003

DA SUCURSAL DO RIO

A inflação de abril medida pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna), divulgado ontem pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), apresentou alta de 1,15%, a maior do índice desde março do ano passado (1,66%).
Em relação a março deste ano (0,93%), houve alta de 0,22 ponto percentual. O IGP-DI acumula alta de 4,02% neste ano e de 5,71% em 12 meses.
A alta de abril foi mais uma vez liderada pelo atacado. O IPA (Índice de Preços por Atacado), com peso de 60% no índice geral, subiu 1,57%, contra 1,09% em março. Combustíveis (passaram de queda de 3,95% para alta de 0,80%) e remédios (de zero para 6,67%) tiveram peso decisivo.
A aceleração no atacado foi liderada pelos preços industriais, que aumentaram 1,86%, quase o dobro da alta do mês anterior (0,84%). Os produtos agrícolas aumentaram 0,8% -ante 1,48% no mês anterior.
Já os preços da indústria extrativa mineral, que haviam aumentado 3,96% em março e liderado a aceleração do IPA, seguiram com aumento forte, mas já em desaceleração. A alta em abril ficou em 3,10%.
Os preços dos bens da indústria de transformação mais que dobraram em relação ao mês anterior e chegaram a 1,83% de alta, contra 0,86% em março.
"O IPA é sempre um sinal de alerta, mas não há, neste momento, nenhum sinal de aumento indiscriminado de preços, e a possibilidade de repasse é pequena", afirmou Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas da FGV.
Para ele, nem a inflação nem a turbulência no mercado financeiro são motivos para o BC (Banco Central) interromper a trajetória de queda dos juros, ainda que em velocidade reduzida.

Varejo
No varejo, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que corresponde a 30% do IGP-DI, mostrou desaceleração no mês passado e caiu para 0,31%, contra 0,46% em março.
Os alimentos, cujos preços aumentaram apenas 0,12% (haviam subido 0,94% em março), deram a maior contribuição para o bom desempenho da inflação no varejo. Já o grupo vestuário, com a chegada às lojas das coleções de inverno, exerceram forte pressão de alta, ao passar de uma queda de preços de 0,6% para uma alta de 0,93%.
Ocorreu também uma forte desaceleração no INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), responsável por 10% na composição do IGP-DI. A variação no mês passado foi de 0,59%, contra 1,16% em março.


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