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"Poderia ter sido consultado", diz Garcia
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
"O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela poderia ter
me consultado a respeito disso.
Não falei o que a nota diz. Nunca
trataria um chefe de Estado dessa
forma, menos ainda um chefe de
Estado de um país amigo", disse o
assessor especial da Presidência
brasileira para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, a
respeito da nota do governo venezuelano divulgada ontem.
Em entrevista à Folha, publicada no domingo, Garcia marcou
diferenças com a política externa
da Venezuela, dizendo que o Brasil não desejava "guerra fria na
América Latina". Foi menção ao
clima beligerante no relacionamento de Chávez com os EUA.
A respeito de Evo Morales, Garcia afirmou que, qualquer que
fosse o presidente eleito, a nacionalização seria feita. Segundo ele,
essa foi uma promessa de campanha de todos os candidatos.
A respeito de Hugo Chávez,
Garcia disse não acreditar que o
presidente da Venezuela tenha
tentado tutelar Morales. Afirmou,
porém, que Chávez era "voluntarioso", que discordava de algumas de suas manifestações, mas
que ele e Lula tinham liberdade de
fazer eventuais críticas ao venezuelano "na condição de amigos".
O Itamaraty reafirmou, por
meio de sua assessoria, as declarações do ministro Celso Amorim
sobre as ações do presidente Chávez antes de a Bolívia anunciar a
nacionalização e disse que não comentaria a nota da Venezuela.
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