|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Investimento no NE pode levar Pelé à PF
Polícia Federal no RN suspeita que ex-jogador tem relação com lavagem de dinheiro de noruegueses
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA
O ex-jogador de futebol Edson Arantes do Nascimento, o
Pelé, deve ser convocado pela
Polícia Federal no Rio Grande
do Norte para depor sobre sua
possível relação com uma quadrilha de noruegueses acusada
de lavar dinheiro por meio da
venda de condomínios de luxo
no litoral potiguar.
De acordo com a PF e o Ministério Público Federal, a quadrilha é dona de um terreno sobre o qual está sendo construído o "King's Flats 2" ("Flats do
Rei", em português), na praia
de Ponta Negra, em Natal, um
dos empreendimentos da empresa Brazil Dream Homes,
que tem como sócio Milton
Torres. Segundo a PF, Torres é
um representante da marca Pelé no Rio Grande do Norte.
Em troca do terreno, a Brazil
Dream Homes cedeu para a
quadrilha, de acordo com a investigação, seis flats e uma cobertura do "King's Flats 2",
além de outros dois imóveis.
Pelé também participou, como garoto-propaganda, do lançamento do empreendimento.
Ele estrelou peças publicitárias, veiculadas principalmente
na Europa.
"Era algo na linha de "faça como eu, invista em Natal'", disse
José Fornos Rodrigues, assessor de Pelé. Ele confirmou o investimento do ex-jogador no
empreendimento "King's Flats
1", mas negou que ele conhecesse qualquer irregularidade
nele.
As investigações da PF mostraram que chegou a ocorrer
uma reunião, entre o final de
2006 e o início deste ano, entre
Pelé e os noruegueses -o que é
negado por Rodrigues.
O MPF e a PF afirmaram que
o ex-jogador não é considerado,
até agora, suspeito de envolvimento com a quadrilha.
Operação
A quadrilha norueguesa no
Brasil foi desmantelada anteontem por uma operação da
PF chamada de "Paraíso". Doze
pessoas -entre elas três noruegueses- foram presas. A PF
não soube indicar os advogados
dos presos.
O MPF, a PF e a Receita Federal começaram as investigações após denúncias apontarem divergências entre o patrimônio declarado e o movimentado dos suspeitos.
De acordo com a PF, eles usavam dinheiro "sujo", proveniente de crimes cometidos no
exterior, para investir nos empreendimentos brasileiros, que
eram comercializados por preços subfaturados.
A polícia estima que os crimes tenham ocorrido por meio
da venda de ao menos 15 prédios já concluídos em várias cidades do litoral potiguar, cujas
construções custaram, no mínimo, US$ 50 milhões (aproximadamente R$ 101 milhões).
Texto Anterior: Siderurgia: Usiminas vê alta de 86% em seu resultado até março Próximo Texto: Outro lado: Ex-jogador diz estar em outro condomínio Índice
|