São Paulo, domingo, 11 de maio de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Relacionamento é principal entrave para empresa familiar

As empresas familiares sofrem mais por problemas nas relações pessoais entre os parentes do que por dificuldades de gestão. É o que mostrou a pesquisa "Sucessão e Governança Corporativa em 100 Empresas Familiares Brasileiras", que acaba de ser concluída pelo Núcleo de Empresas Familiares e Governança Corporativa da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
"Os dados obtidos não foram muito diferentes das pesquisas internacionais sobre o assunto", afirma Eduardo Najjar, coordenador do núcleo. "As empresas familiares são saudáveis, porém elas se fecham sobre os problemas pessoais. As famílias não sabem que tais dificuldades são comuns, estudadas mundialmente e têm saídas discutidas e conhecidas."
A maior dificuldade, que muitas vezes impede que a empresa sobreviva após a terceira geração, é a falta de planejamento sucessório. A pesquisa mostrou, por exemplo, que em 55% das companhias entrevistadas a sucessão não estava sendo planejada, apesar de 28% dos principais executivos terem acima de 60 anos e 63% terem entre 40 e 60 anos.
Além disso, em 81% das empresas pesquisadas não eram desenvolvidos programas para a formação das novas gerações.
Outro problema é a falta de envolvimento das mulheres. Em 54% da amostra, não há mulheres na diretoria e, em 28%, as mulheres na diretoria representam menos da metade dos diretores. Isso levando-se em conta o fato de que todas as empresas pesquisadas têm ao menos um diretor familiar ativo e, em 72%, toda a diretoria é composta por familiares.
"A condição da mulher nas empresas familiares não avançou na mesma medida do resto do mercado de trabalho", diz Najjar. "Como elas, por um motivo ou outro vivem mais, o fato de estarem completamente por fora do negócio acaba sendo mais uma ameaça."
Segundo Najjar, a ida ao mercado de capitais- 13% das empresas pesquisadas já fizeram ofertas públicas de ações- tende a mudar o cenário: investidores profissionais buscam planos claros de profissionalização da gestão e de sucessão. Para acompanhar a evolução desse grupo de companhias, a ESPM pretende realizar a pesquisa anualmente.

AXÉ

A Agra Incorporadora, que acaba de completar um ano de IPO (oferta inicial de ações), elevou Salvador ao mesmo patamar de São Paulo em seus negócios. Neste ano, Salvador receberá 25% do VGV (Volume Geral de Vendas) previsto, que representa R$ 500 milhões em lançamentos -o valor é o mesmo que a empresa vai destinar a São Paulo. A Agra acaba de criar uma empresa de vendas, a Agra Corretora, que terá abrangência nacional. A incorporadora também adquiriu uma empresa que atua no segmento de baixa renda, a ASA Incorporadora, que, segundo Ricardo Setton, vice-presidente da Agra, até 2010, lançará 20 mil unidades habitacionais nas categorias econômica e supereconômica.

EM CASA
Os negócios fechados por call center na Avis Rent a Car avançaram 30% após a empresa assumir a administração da sua central de reservas. A empresa atribui o resultado aos programas de treinamento oferecidos.

CONSERVADOR
O patrimônio líquido dos fundos de renda fixa "Parceria", do Banco do Brasil, atingiu R$ 65 milhões. O banco diz que a linha oferece baixo risco e desperta o interesse crescente de investidores conservadores.

CONSTRUÇÃO
Fernando Jucá e Francisco Tortorelli lançam, amanhã, o livro "O Jogo das Marcas" (Editora Cultrix e Meio & Mensagem, 224 págs., R$ 32), em que falam sobre a construção e a gestão de marcas, com foco na realidade brasileira. A obra analisa cem cases, como a diversificação do design das sandálias Havaianas, a estratégia de comunicação do extrato de tomate Elefante, na Knorr Cica, e a campanha publicitária da MasterCard. Os autores também falam sobre a importância de ferramentas como pesquisas de mercado, construção do logotipo e ações de marketing.

OBRA-PRIMA
Christie's Realty International Images
A casa Kaufmann, projetada pelo arquiteto vienense Richard Neutra, vai ser leiloada pela Christie's, na terça. Com valor estimado entre US$ 15 milhões e US$ 25 milhões, a casa estará em um leilão de peças de arte contemporânea. A obra, de 1946, feita de vidro, aço e concreto com elementos de regiões desérticas, está localizada na Califórnia e é um ícone de vanguarda de movimentos arquitetônicos.


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