São Paulo, segunda-feira, 11 de maio de 2009

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Fundos já perdem para a poupança

DA REPORTAGEM LOCAL

Foi o ciclo de redução da taxa básica da economia, a Selic, iniciado em janeiro devido ao agravamento da crise, que esquentou as discussões sobre o peso da taxa de administração e o aumento da concorrência representada pela caderneta de poupança.
Segundo cálculos do professor e economista José Dutra Vieira Sobrinho, apenas os fundos de renda fixa que cobram taxa de administração máxima de 1,5% ainda conseguem dar retorno líquido superior ao oferecido pela poupança. Isso mostra que, se os bancos diminuírem a taxa que cobram dos investidores, a ameaça da poupança será amenizada.
O problema é que poucos fundos, especialmente aqueles dirigidos ao "grande público", cobram uma taxa tão baixa.
Daí que a queda do juro faz a taxa "abocanhar" parte maior da rentabilidade. Basta imaginar um fundo que cobre taxa de 2,5%: quando a Selic estava em 15%, o peso da taxa no retorno final era menos representativo do que hoje, com o juro em 10,25%.
Para as instituições financeiras, reduzir a taxa de administração significa abrir parte de seus ganhos. Por isso, a não ser que os investidores comecem a sacar recursos dos fundos, não haverá interesse em baixar as taxas.
Uma discussão que está em pauta é a dos riscos que a poupança pode representar para os fundos. Isso porque, com a queda da Selic, os fundos que pagam juros -como os de renda fixa e DI- passam a oferecer retornos menores. Como a poupança é isenta de Imposto de Renda e não cobra taxa de administração, sua rentabilidade se aproximou (e em muitos casos superou) o retorno líquido de muitos fundos.
Conforme a Folha antecipou, para solucionar essa questão, o governo deve cobrar IR sobre rendimentos da poupança a partir de saldos mais elevados (ainda não definidos), para evitar que atraia grandes investidores. E desonerar fundos de investimento para elevar sua competitividade.


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