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BNDES excede teto de crédito de curto prazo
Pedidos sobre linha de capital de giro somam R$ 6,7 bi, ante oferta de R$ 6 bi; frigorífico lidera demanda
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A demanda por crédito de
curto prazo do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) já supera o
orçamento previsto para este
ano. Lançada em dezembro para minimizar a escassez de crédito, a linha PEC (Programa
Especial de Crédito) tem orçamento de R$ 6 bilhões e vigência até o fim do ano. Em cinco
meses, a procura por empréstimos somou R$ 6,685 bilhões.
Até o fim de abril, os principais interessados nesse tipo de
empréstimo foram os frigoríficos. Afetados pelo cenário de
demanda externa menor por
carne bovina e crédito mais caro, os frigoríficos já pediram R$
1,473 bilhão. O banco não divulga o nome das empresas.
A oferta de capital de giro não
é atribuição do BNDES. O banco trabalha com financiamento
de longo prazo para investimentos. No caso da PEC, os
custos totais ficam em média
na faixa de 15%, segundo o banco, um patamar ainda competitivo se comparado ao crédito
dos bancos privados.
Segundo Caio Pinhão, chefe
do departamento de Prioridades do BNDES, os frigoríficos
têm necessidade maior de capital de giro. A demanda total do
setor, incluindo também o abate de aves e suínos, chega a cerca de R$ 2 bilhões. A linha, de
caráter emergencial, tem prazo
de trâmite de operações de 30
dias a 60 dias.
As liberações mais rápidas
ocorrem quando as empresas
apresentam carta de fiança garantindo a operação. Desde que
foi lançada, o limite para operações foi ampliado de R$ 50 milhões para R$ 200 milhões.
Segundo Pinhão, não há sinais de preocupação com falta
de recursos porque ainda existe
um grande volume de operações em consulta (R$ 2,832 bilhões), que é a primeira etapa
do trâmite da operação.
Além disso, ele afirma que
parte da demanda pode ser absorvida por novas linhas de crédito, como o Programa de Crédito Especial Rural, que inclui
frigoríficos, máquinas e equipamentos agrícolas e cooperativas. Caso não seja suficiente,
o banco pode elevar o orçamento. "No momento em que tivermos um aumento substancial
do valor das operações enquadradas, vamos solicitar suplementação de recursos", disse.
Para Luís Miguel Santacreu,
analista financeiro da Austin
Ratings, os balanços dos bancos
privados no primeiro trimestre
mostraram que eles seguraram
mais a oferta de crédito.
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