|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Dólar tem maior queda em 17 meses
EPAMINONDAS NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Havia um ano e meio o
mercado brasileiro não via
o dólar cair tanto num só
dia como ontem.
Reagindo à euforia
mundial com o bilionário
pacote de socorro na Europa, a Bolsa brasileira
também teve forte alta, seguindo de perto os mercados americano e europeu.
Os € 750 bilhões foram
vistos por alguns analistas
como um "alívio", pelo
menos para os problemas
de curto prazo das economias mais fragilizadas.
"Até a semana passada,
a UE procurou atender os
problemas da Grécia, mas
ficaram faltando medidas
para defender o euro, que
se enfraqueceu muito ante
o dólar", disse Kelly Trentim, analista-chefe da corretora Spinelli.
Para ela, o que ocorreu
no final de semana foi justamente um complemento das medidas anteriores.
O dólar fechou a R$ 1,77,
queda de 3,99% -a maior
desde 24 de novembro de
2008. A Bolsa de Valores
de São Paulo subiu 4,11%.
Na cena externa, o Dow
Jones (Nova York) avançou 3,90%. Em Londres, o
índice FTSE se valorizou
em 5,16%; em Paris, a alta
foi de 9,56%; em Frankfurt, a Bolsa subiu 5,3%, e,
em Madri, 14,43%.
Os números superlativos sinalizaram que o pacote europeu não era esperado nem pelos mais
otimistas, numa reação
que deve sofrer revisões
nos próximos pregões.
Um sinal de que o mercado pode estar mais cauteloso do que aparenta foi
visto na Bovespa, que teve
giro reduzido de R$ 6,56
bilhões. Nos piores momentos da semana passada, o volume chegou a
atingir R$ 10 bilhões.
Para especialistas, há
duas explicações possíveis
e não excludentes: por
cautela, muito investidor
que saiu semana passada
preferiu não retornar à
Bolsa brasileira; outros
optaram por somente
"marcar presença" na Bolsa, para não perder a
chance de ganhar com
uma nova recuperação.
"Recomendamos aos
que optaram por ficar na
Bolsa que não mexam nas
ações; já quem optou por
sair na semana passada é
melhor permanecer de fora, diz Pedro Braz, da mesa de operações da TOV
Corretora.
Para ele, o mercado ainda deve sofrer alguns ajustes nos próximos dias, e,
assim como foi um exagero quando caiu 5%, há um
exagero quando sobe 4%.
Texto Anterior: Pacote europeu leva mercados à euforia Próximo Texto: Regulação: EUA vão atuar contra oscilação forte na bolsa Índice
|