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LUÍS NASSIF
A política da
Defesa Nacional
Dias atrás um grupo de
personalidades da área
tecnológica lançou manifesto
em favor de uma política industrial para a Defesa. As
idéias estão avançando.
No segundo semestre, o Ministério da Defesa deverá lançar pacote de medidas para o
fortalecimento da indústria
brasileira de defesa. É o primeiro passo para devolver a
vitalidade a um setor que, nos
anos 80, foi responsável por
profundas inovações tecnológicas na área industrial.
Já está redigida a minuta da
Política Nacional da Indústria
de Defesa -nome provisório.
Responsável pelo plano, o brigadeiro Antonio Hugo Pereira
Chaves, diretor do Departamento de Logística do Ministério da Defesa, enfatiza que
se pretende premiar a eficiência, e não agir com paternalismo.
O plano foi dividido em sete
macroobjetivos, com metas específicas:
1) Conscientização da sociedade e dos meios de comunicação da necessidade de o
país dispor de material e
ações de defesa - Campanhas
de divulgação, em parceria
com empresas do setor bélico.
2) Eliminação progressiva e
estratégica da importação de
material bélico - Já existe
uma lista preliminar com 700
itens ligada às três Forças. Estima-se que em alguns casos a
porcentagem de componentes
importados em equipamentos
bélicos fabricados no Brasil
chegue a 70%.
3) Redução da carga tributária - Isentar produtos e serviços considerados estratégicos do ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e
Serviços) e do ISS (Imposto Sobre Serviços). Também em estudo a isenção de imposto de
importação para bens de capital utilizados para a fabricação de material bélico.
4) Ampliação da capacidade de compra das Forças Armadas - A Defesa pretende
compatibilizar os programas
de reaparelhamento das três
Forças, padronizando itens de
uso comum. Está prevista a
implantação do chamado
"Compra Brasil". Na prática,
significa estipular uma quantidade de recursos orçamentários das Forças Armadas para
a compra de material de defesa internamente.
5) Aumento da competitividade da indústria brasileira -
Linhas de crédito especiais e a
constituição de avais e garantias para empréstimos pleiteados pela indústria de defesa,
além da simplificação de exportação e investimentos em
infra-estrutura para escoamento da produção.
6) Melhoria da qualidade
tecnológica dos produtos
brasileiros - Maior integração
entre as empresas privadas e
os institutos de pesquisa militares para o desenvolvimento
de setores estratégicos. A elevação dos padrões tecnológicos também contribuirá para
a substituição competitiva de
importações. No caso de compras internacionais de grande
intensidade tecnológica, como
o Projeto F-X, a Defesa pretende adotar ferramentas de offsets que garantam a transferência de tecnologia à indústria nacional.
7) Melhoria da capacidade
de mobilização da indústria -
Mecanismos que incentivem a
inovação tecnológica dentro
das próprias indústrias e estabelecer maior articulação entre os diversos fabricantes. A
idéia é aumentar a coesão e o
poder de negociação do setor.
E-mail -
Luisnassif@uol.com.br
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