São Paulo, domingo, 11 de junho de 2006

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MERCADO ABERTO

Bresser propõe novo desenvolvimentismo

O modelo neoliberal adotado pelos países da América Latina nas últimas décadas já está esgotado, e agora é hora de apostar em uma nova forma de crescimento econômico, o "novo desenvolvimentismo".
A tese é defendida pelo economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, em texto ainda inédito de 35 páginas intitulado "O novo desenvolvimentismo e a ortodoxia convencional".
No documento, Bresser define o novo desenvolvimentismo como uma estratégia nacional de desenvolvimento. "É a maneira por meio da qual países como o Brasil podem competir com êxito com os países ricos e até alcançá-los", diz.
Bresser afirma que esse novo modelo não guarda relação com o nacional-desenvolvimentismo dos anos 50, que estava baseado, principalmente, na política de substituição de importações e foi superado.
O antigo desenvolvimentismo foi substituído pela ortodoxia convencional, que é definido da seguinte forma por Bresser: "Uma ideologia exportada para os países em desenvolvimento; uma antiestratégia nacional que atende aos interesses dos países ricos em neutralizar a capacidade competitiva desses países". Bresser vai mais longe: "É como se o Wal-Mart desse conselhos para o Pão de Açúcar".
Para Bresser, o que se vê agora, 20 anos depois, é o fracasso da ortodoxia convencional em promover o desenvolvimento econômico na América Latina. Entre os anos 50 e 80, período do antigo desenvolvimentismo, a renda per capita no Brasil cresceu 4% ao ano, e, desde então, o crescimento tem sido bem menor.
Bresser define o novo desenvolvimentismo como o conjunto de idéias que permite às nações em desenvolvimento rejeitar propostas e pressões dos países ricos de reforma e de política econômica.
Para Bresser-Pereira, uma das principais diferenças entre os dois modelos é a forma de financiar o crescimento. Enquanto na ortodoxia convencional se obtém o crescimento com base na poupança externa, no novo desenvolvimentismo o objetivo é crescer por meio da poupança interna, a exemplo da China. "O que a história ensina é que os países desenvolveram-se quase que exclusivamente com recursos internos."
Para isso, o novo desenvolvimentismo, entre outros pilares, defende taxas moderadas de juros; equilíbrio intertemporal nas contas externas; abertura comercial com política industrial; e crescimento baseado na poupança interna. Assim como no modelo neoliberal, o novo desenvolvimentismo considera fundamental o ajuste fiscal. "O que não aceitamos é o populismo cambial da ortodoxia convencional."

SUANDO A CAMISA
O publicitário Washington Olivetto vai anunciar nos próximos dias uma série de inovações na W/Brasil, em comemoração aos 20 anos da agência, dia 7 de julho. Se, em 1986, quando nasceu, a W/Brasil revolucionou ao acabar com as salas individuais, agora a agência vai lançar uma nova bossa. Vai derrubar as paredes do prédio para criar um espaço para o lazer. Será construída uma quadra poliesportiva para os publicitários poderem jogar tênis e futebol, isso durante o expediente, claro. "Até não gosto dessa idéia, mas esse pessoal da propaganda extrapola no trabalho, vira a noite, precisa de lazer", diz Olivetto. A festa será no 21º aniversário, quando as mudanças ficarem prontas.

SOB IMPACTO
A violência em São Paulo em maio ainda surte efeito. Segundo dados da Fecomercio SP, o índice de confiança do consumidor caiu 5,5% em junho em comparação ao mês anterior. Entre os consumidores com renda superior a dez salários mínimos o impacto foi ainda maior, queda de 13,8%.

CORRIDA VIP
Conhecido pelo mix de marcas nacionais e internacionais de luxo, o shopping Iguatemi agora quer desenvolver o conceito de saúde e bem-estar. A primeira ação será uma corrida, batizada de "Fashion Run", em 16 de julho, nas ruas do Jardim Paulistano (SP). "Serão 1.200 participantes, entre empresários, modelos e clientes, todos tratados como VIP", diz Andrea Gusmão, gerente de marketing do shopping.

BRASIL ON-LINE
Em um mês, o Google mostrou o link patrocinado do Braziltour.com, da Embratur, mais de 135 milhões de vezes em 14 países. Dentre as pessoas que viram os anúncios, 165.846 visitaram o site. Isso reforçou a média de visitação, totalizando 390.385 pessoas em maio, o dobro da média mensal.

CORTE ITALIANO
A grife italiana Matt-Davis chega ao Brasil na próxima quarta-feira. Ela faz parte do elenco do shopping sazonal Market Plaza, em Campos do Jordão, que será inaugurado nesta semana. O diretor de TV Wolf Maia está à frente da marca, especializada em jeans e malhas, no país.


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