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Denise Abreu diz que provará denúncias hoje
ADRIANO CEOLIN
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Enquanto a oposição aposta
nas declarações da ex-diretora
da Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil) Denise Abreu sobre as supostas irregularidades
na compra da Varig pela VarigLog, o governo vai tentar desconstruir a versão dela com argumentos jurídicos.
Os depoimentos de Denise e
mais quatro integrantes da
Anac estão marcados para hoje,
às 9h, na Comissão de Infra-Estrutura do Senado. O principal
alvo é a ministra da Casa Civil,
Dilma Rousseff, acusada de favorecer o fundo americano Matlin Patterson no negócio.
Ameaçando apresentar uma
série de documentos que comprovariam suas denúncias,
Abreu pediu segurança especial
ao presidente da comissão, senador Marconi Perillo (PSDB-GO), durante o trajeto do aeroporto de Brasília até o Senado.
A ex-diretora da Anac disse
que temia pelo extravio dos documentos que pretende apresentar. Ela pediu ainda "um
carro grande" para levar várias
caixas de papéis.
"A discussão é técnica, vou
mostrar todos os documentos
que tenho relacionados ao caso", afirmou Abreu. Questionada se poderia fazer novas declarações perante os senadores,
ela faz suspense: "Vai depender
das perguntas deles. Trouxe
muitos documentos".
Questionada ontem pela Folha, a Casa Civil informou, por
meio da assessoria de imprensa
que não encontrou registro de
reunião de Dilma com Denise
Abreu ou Roberto Teixeira, advogado da Matlin Patterson,
em abril de 2006, como apontava a ex-diretora da Anac.
Estratégia governista
Ex-presidente da Anac e ligado politicamente à chefe da Casa Civil, Milton Zuanazzi confirmou sua presença quase no
fim da tarde de ontem. De acordo com Perillo, ele também solicitou segurança especial à comissão por temer por sua "integridade física".
Ontem, ao longo de todo o
dia, governistas e oposicionistas mantiveram reuniões para
definir suas estratégias. Os integrantes da base aliada encontraram-se no Palácio do Planalto, onde foram municiados pelo
ministro das Relações Institucionais, José Múcio.
Os senadores ouviram uma
espécie de passo-a-passo de todo o procedimento que culminou na venda da Varig. Estavam presentes, entre outros, os senadores Romero Jucá
(PMDB-RR), Ideli Salvatti (PT-SC), Aloizio Mercadante (PT-SP), Renato Casagrande (PSB-ES) e Wellington Salgado (PMDB-MG).
"Fomos municiados com toda cronologia do processo.
Amanhã [hoje], a Casa Civil deverá nos passar uma espécie de
apostila com mais informações", disse Casagrande.
O líder do governo na Casa,
senador Romero Jucá (PMDB-RR), disse que o governo vai
concentrar suas forças nos argumentos jurídicos. "Tudo o
que aconteceu no processo foi
amparado por decisões judiciais", disse. "Denise Abreu, no
máximo, atuou como coadjuvante", afirmou.
Além de Zuanazzi e Abreu,
confiram presença João Ilídio
de Lima (ex-procurador-geral
da Anac) e Leur Leomanto (ex-diretora da Anac).
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