São Paulo, quinta-feira, 11 de junho de 2009

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Agência rebaixa nota da Petrobras

S&P atribui decisão a plano de investimento para o pré-sal e à queda no preço do petróleo

Agência prevê menos receita e necessidade maior de financiamento; apesar de nota menor, empresa ainda é "grau de investimento"

DA SUCURSAL DO RIO

O ambicioso plano de investimentos para exploração do pré-sal e a queda no preço do petróleo custaram à Petrobras o rebaixamento na percepção de risco da empresa em relação a credores, no momento em que a empresa se prepara para enfrentar uma CPI.
A agência de classificação de risco Standard & Poor's reduziu ontem a nota ("rating") da Petrobras de "BBB" para "BBB-". Apesar do rebaixamento, a companhia petrolífera ainda é considerada, com essa avaliação, "grau de investimento", ou seja, o risco de dar um calote é baixo.
A perspectiva é de manutenção da nota, ou seja, não há risco de ser rebaixada novamente em curto prazo, segundo a S&P.
"O grande plano de investimentos de R$ 174 bilhões da empresa para os próximos cinco anos em meio a um cenário esperado de preços menores no Brasil e no exterior para o petróleo devem resultar em fluxo de caixa operacional negativo no período, exigindo esforços de financiamento significativos", disse a S&P em relatório.
É no plano de investimentos da Petrobras que o governo baseia boa parte de sua estratégia para evitar uma desaceleração mais brusca da economia durante a crise.
Os projetos de maior porte da Petrobras haviam sido incluídos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O programa prevê R$ 634 bilhões em investimentos até 2010.
A queda na avaliação de risco recai sobre a Petrobras em um momento em que a empresa está sob a mira de uma CPI em andamento no Senado.
O objetivo da comissão é avaliar superfaturamento em contratos, uso político da empresa e destinação de recursos a organizações não governamentais. Os trabalhos da CPI deveriam ter começado ontem, mas seu início foi adiado.
Até o fechamento da edição, a Petrobras não havia comentado o rebaixamento em sua classificação de risco.
As ações preferenciais da empresa subiram 1,1% ontem. A decisão da S&P foi anunciada após o fechamento do mercado.


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