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FMI e Tesouro elogiam política econômica do Brasil
DE WASHINGTON
O presidente do BC (Banco
Central), Armínio Fraga, disse
ontem estar convencido de que os
EUA e o FMI (Fundo Monetário
Internacional) darão apoio financeiro ao Brasil "independentemente de quem for eleito" nas
eleições de outubro.
A declaração foi feita após encontros privados entre Fraga e as
principais autoridades econômicas do gabinete do presidente dos
EUA, George W. Bush, e do FMI.
"Ficou claro para mim que o
Brasil pode contar com o apoio do
governo americano, independentemente de quem vai ser presidente no futuro", disse.
Depois dos encontros, o FMI e o
Tesouro norte-americano divulgaram notas de apoio enfático às
políticas desenvolvidas pela atual
equipe econômica.
Fraga reuniu-se com o diretor-gerente do FMI, Horst Köhler,
com o diretor do Departamento
de Hemisfério Ocidental do Fundo, o indiano Anoop Singh, com o
presidente do Fed, Alan Greenspan, e com o secretário do Tesouro americano, Paul O'Neill.
Antes de voltar ontem a Nova
York, Fraga falou com os dois
principais assessores econômicos
de Bush: Lawrence Lindsey, conselheiro presidencial para assuntos econômicos, e Glenn Hubbard, presidente do Conselho de
Assessores Econômicos da Casa
Branca.
Fraga negou ter ido a Washington negociar uma elevação do valor do atual programa do FMI
com o Brasil. "É sempre possível
estender o crédito, mas isso é algo
que podemos discutir no futuro,
mas não é o caso agora."
O presidente do BC disse não ter
"procuração" dos candidatos à
Presidência no Brasil para propor
ao FMI um programa econômico
de transição desta para a próxima
administração. Mas deu respostas
otimistas com relação ao futuro
da economia brasileira sob a gestão de outro presidente. "Não tenho procuração dos partidos,
mas, na minha leitura do debate
interno, está-se construindo uma
visão mais tranquila do futuro."
O'Neill divulgou nota declarando seu apoio "aos esforços e intenções" do governo brasileiro.
"Estou convencido de que Fraga e
o governo brasileiro estão perseguindo políticas econômicas sólidas de longo prazo que criam as
bases de uma estabilidade econômica e financeira", diz a nota.
O'Neill disse ter sido "mal interpretado" pela agência Bloomberg
que, após entrevistá-lo há algumas semanas, divulgou que o secretário não vê "sentido" em emprestar mais recursos ao Brasil em
meio a incertezas políticas.
A nota de Köhler também apóia
o governo brasileiro. "Fraga e o
diretor-gerente revisaram os desenvolvimentos econômicos recentes e concordaram que os fundamentos econômicos do Brasil
continuam fortes."
(MA)
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