São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 2002

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FMI e Tesouro elogiam política econômica do Brasil

DE WASHINGTON

O presidente do BC (Banco Central), Armínio Fraga, disse ontem estar convencido de que os EUA e o FMI (Fundo Monetário Internacional) darão apoio financeiro ao Brasil "independentemente de quem for eleito" nas eleições de outubro.
A declaração foi feita após encontros privados entre Fraga e as principais autoridades econômicas do gabinete do presidente dos EUA, George W. Bush, e do FMI.
"Ficou claro para mim que o Brasil pode contar com o apoio do governo americano, independentemente de quem vai ser presidente no futuro", disse.
Depois dos encontros, o FMI e o Tesouro norte-americano divulgaram notas de apoio enfático às políticas desenvolvidas pela atual equipe econômica.
Fraga reuniu-se com o diretor-gerente do FMI, Horst Köhler, com o diretor do Departamento de Hemisfério Ocidental do Fundo, o indiano Anoop Singh, com o presidente do Fed, Alan Greenspan, e com o secretário do Tesouro americano, Paul O'Neill.
Antes de voltar ontem a Nova York, Fraga falou com os dois principais assessores econômicos de Bush: Lawrence Lindsey, conselheiro presidencial para assuntos econômicos, e Glenn Hubbard, presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca.
Fraga negou ter ido a Washington negociar uma elevação do valor do atual programa do FMI com o Brasil. "É sempre possível estender o crédito, mas isso é algo que podemos discutir no futuro, mas não é o caso agora."
O presidente do BC disse não ter "procuração" dos candidatos à Presidência no Brasil para propor ao FMI um programa econômico de transição desta para a próxima administração. Mas deu respostas otimistas com relação ao futuro da economia brasileira sob a gestão de outro presidente. "Não tenho procuração dos partidos, mas, na minha leitura do debate interno, está-se construindo uma visão mais tranquila do futuro."
O'Neill divulgou nota declarando seu apoio "aos esforços e intenções" do governo brasileiro. "Estou convencido de que Fraga e o governo brasileiro estão perseguindo políticas econômicas sólidas de longo prazo que criam as bases de uma estabilidade econômica e financeira", diz a nota.
O'Neill disse ter sido "mal interpretado" pela agência Bloomberg que, após entrevistá-lo há algumas semanas, divulgou que o secretário não vê "sentido" em emprestar mais recursos ao Brasil em meio a incertezas políticas.
A nota de Köhler também apóia o governo brasileiro. "Fraga e o diretor-gerente revisaram os desenvolvimentos econômicos recentes e concordaram que os fundamentos econômicos do Brasil continuam fortes." (MA)


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