São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Com baixo giro ontem, Bovespa não se livra de contágio externo; dólar fecha em queda de 0,1%

Bolsa segue EUA e fecha em baixa de 1,2%

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa acompanhou a instabilidade internacional e caiu 1,22%. O giro financeiro continuou baixo e ficou, ontem, em R$ 448,489 milhões. Segundo operadores, neste mês deverá haver, novamente, forte saída de investimentos estrangeiros da Bolsa.
O que falta ao mercado de ações nacional é fluxo de recursos. E, para analistas, essa situação não deverá mudar no curto prazo. Internamente, é bastante reduzido o número de aplicações em Bolsa.
Os seguidos escândalos financeiros internacionais, com grandes corporações maquiando seus balanços, fazem com que o investidor estrangeiro esteja com aversão ao mercado de ações global.
Assim, a Bovespa está praticamente à mercê das operações das tesourarias de grandes bancos.
A partir de hoje, empresas nacionais começam a divulgar seus balanços, o que deverá trazer alguma agitação ao mercado.
Mas ontem foi um dia de relativa tranquilidade até, especialmente para o mercado cambial. Segundo analistas, investidores aguardam pelos resultados obtidos por Armínio Fraga, presidente do Banco Central, em sua viagem aos EUA.
A especulação é que ele possa estar costurando uma ajuda extra para o Brasil, com recursos vindos tanto do setor privado internacional como do FMI.
O dólar caiu 0,11%, para R$ 2,851. O BC não vendeu moeda diretamente ao mercado, mas ofertou leilão de linha de financiamento externo. Emprestou US$ 100 milhões ao mercado com recompra em outubro.
Na semana passada, o BC informou que, para aumentar a liquidez do mercado, faria intervenções diárias de US$ 50 milhões. O montante poderia ser ofertado via leilão de linha externa ou via venda direta da moeda. Como não havia atuado na terça-feira, feriado em São Paulo, decidiu leiloar os US$ 100 milhões ontem.
O dólar registrou sua maior alta do dia, de 0,39%, ontem momentos após o anúncio da agência de classificação de risco Moody's, que rebaixou sua avaliação em moeda local para cinco bancos brasileiros, com perspectiva negativa. Unibanco, Banco do Brasil, BNDES, Itaú e Bradesco foram afetados. A preocupação da Moody's é o aumento do risco Brasil. O indicador, medido pelo JP Morgan, fechou em alta de 1,2%, em 1.630 pontos ontem.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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