São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 2006

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Dólar recua para R$ 2,16, menor cotação desde maio

Intervenção do BC não evita queda de 0,37% da moeda; risco-país vai a 210 pontos

Descoberta de plano de ataque terrorista afeta Bolsas na Europa, mas nos EUA e no Brasil mercado acionário fecha em alta


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Passado o estresse do começo dos negócios, em razão da descoberta de plano de ataque terrorista, o real não encontrou empecilhos para retomar sua tendência de apreciação. Mesmo com a intervenção do Banco Central, o dólar comercial recuou a seu mais baixo nível desde 16 de maio e fechou vendido a R$ 2,16.
A queda de 0,37% de ontem fez a moeda acumular desvalorização de 1,05% na semana.
"Os leilões do BC não vão segurar a queda da moeda. Somente se o cenário voltar a piorar muito lá fora, como em meados de maio, o real deve deixar de se apreciar", diz Mário Battistel, diretor da corretora Novação. "Uma outra forma de o dólar deixar de recuar seria o BC cortar de forma expressiva os juros. Mas todos sabem que isso não vai acontecer."
Apesar de as projeções coletadas pela autoridade monetária com cerca de cem instituições financeiras apontarem a expectativa de que o dólar estará em R$ 2,20 no fim de 2006, os analistas não descartam a possibilidade de a cotação cair abaixo do atual patamar nas próximas semanas.
No começo de maio, o dólar chegou a R$ 2,056, em seu mais baixo nível desde 2001.
O BC fez ontem leilão para comprar dólares das instituições financeiras, como tem feito praticamente todos os dias nas últimas semanas. Operadores disseram que a autoridade monetária recusou as taxas pedidas por muitos bancos e adquiriu moeda de apenas cinco instituições.
Quem não conseguiu vender para o BC voltou ao mercado e se desfez das divisas, não dando chances para o dólar subir.
O risco-país brasileiro chegou ao fim das operações a 210 pontos (alta de 1%).

Insegurança afeta Bolsas
O mercado financeiro abriu ontem refletindo a notícia de que a polícia de Londres evitou um plano de ataque terrorista, que explodiria pelo menos dez aviões.
Na Europa, a insegurança que esse tipo de evento traz acabou por derrubar as Bolsas de Valores. Em Londres, a baixa foi de 0,63%. Em Frankfurt, a Bolsa caiu 1,26%, e em Paris o recuo foi de 0,97%.
Já Bovespa acompanhou o sobe-e-desce do mercado norte-americano. Depois de cair 0,88%, a Bolsa paulista fechou em alta de 0,26%.
Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones subiu 0,44%, e a Bolsa eletrônica Nasdaq, 0,56%.


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