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Crédito oferecido por bancos pequenos volta a crescer, diz Meirelles
Instituições, mais atingidas pela crise, respondem por 20% de todos os empréstimos feitos no país
DANIELE CARVALHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse
ontem que a concessão de crédito ao mercado por parte dos
bancos de pequeno e médio
portes já caminha para uma variação positiva nos próximos
meses. Responsáveis por 20%
de todo o crédito liberado no
país, essas instituições foram
fortemente afetadas pela escassez de liquidez internacional e
acumulam queda de 1,5% no
volume de financiamentos feitos no acumulado de setembro
de 2008 a junho de 2009.
"A expectativa é continuar o
crescimento [da concessão de
crédito]. Até junho, já estava se
aproximando do crescimento
positivo. Vamos ver os números de julho e verificar se já entraram no terreno positivo",
afirmou Meirelles, que participou de evento na Firjan (Federação das Indústrias do Estado
do Rio de Janeiro).
A concessão de crédito pelos
bancos de pequeno e médio
portes -que pela avaliação de
mercado são aqueles com patrimônio de referência de até
R$ 5 bilhões- entrou em queda
em setembro de 2008, auge da
crise econômica internacional,
e chegou a recuar, em fevereiro
deste ano, 4,5%.
De acordo com dados do
Banco Central, o comportamento desse grupo de bancos
foi bem diferente do observado
nas instituições privadas de
grande porte e nas públicas,
que acumulam entre setembro
do ano passado e junho deste
ano, respectivamente, crescimento de 9,8% e 25,2% na liberação de crédito.
Ainda de acordo com Meirelles, o BC já recomprou US$ 8,2
bilhões dos US$ 14,5 bilhões
vendidos à vista pela autoridade monetária para dar liquidez
ao mercado entre setembro de
2008 e julho deste ano.
Questionado sobre o aumento dos gastos correntes do governo, o presidente do Banco
Central afirmou que existe um
efeito nas projeções de inflação
feitas pelo BC e que já estão
sendo incorporados nos números divulgados nas atas de inflação do Copom (Comitês de Política Monetária). "Não há dúvida de que políticas responsáveis em todas as áreas têm de
ser mantidas para que a credibilidade continue", declarou.
De acordo com ele, este impacto será ainda mais detalhado no Relatório de Inflação do
BC de setembro.
Em relação à queda de 0,9%
na venda de veículos no mês de
julho em relação a junho, Meirelles atribuiu o desempenho à
elevação de compras ocorrida
em junho por conta da incerteza dos consumidores em relação à prorrogação do desconto
de IPI (Imposto dobre Produtos Industrializados) ao setor.
"Da mesma maneira que, de
março para abril, houve queda.
Mas o que nós temos visto até
agora é uma trajetória de recuperação", afirmou.
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