São Paulo, terça-feira, 11 de agosto de 2009

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Crédito oferecido por bancos pequenos volta a crescer, diz Meirelles

Instituições, mais atingidas pela crise, respondem por 20% de todos os empréstimos feitos no país

DANIELE CARVALHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem que a concessão de crédito ao mercado por parte dos bancos de pequeno e médio portes já caminha para uma variação positiva nos próximos meses. Responsáveis por 20% de todo o crédito liberado no país, essas instituições foram fortemente afetadas pela escassez de liquidez internacional e acumulam queda de 1,5% no volume de financiamentos feitos no acumulado de setembro de 2008 a junho de 2009.
"A expectativa é continuar o crescimento [da concessão de crédito]. Até junho, já estava se aproximando do crescimento positivo. Vamos ver os números de julho e verificar se já entraram no terreno positivo", afirmou Meirelles, que participou de evento na Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
A concessão de crédito pelos bancos de pequeno e médio portes -que pela avaliação de mercado são aqueles com patrimônio de referência de até R$ 5 bilhões- entrou em queda em setembro de 2008, auge da crise econômica internacional, e chegou a recuar, em fevereiro deste ano, 4,5%.
De acordo com dados do Banco Central, o comportamento desse grupo de bancos foi bem diferente do observado nas instituições privadas de grande porte e nas públicas, que acumulam entre setembro do ano passado e junho deste ano, respectivamente, crescimento de 9,8% e 25,2% na liberação de crédito.
Ainda de acordo com Meirelles, o BC já recomprou US$ 8,2 bilhões dos US$ 14,5 bilhões vendidos à vista pela autoridade monetária para dar liquidez ao mercado entre setembro de 2008 e julho deste ano.
Questionado sobre o aumento dos gastos correntes do governo, o presidente do Banco Central afirmou que existe um efeito nas projeções de inflação feitas pelo BC e que já estão sendo incorporados nos números divulgados nas atas de inflação do Copom (Comitês de Política Monetária). "Não há dúvida de que políticas responsáveis em todas as áreas têm de ser mantidas para que a credibilidade continue", declarou.
De acordo com ele, este impacto será ainda mais detalhado no Relatório de Inflação do BC de setembro.
Em relação à queda de 0,9% na venda de veículos no mês de julho em relação a junho, Meirelles atribuiu o desempenho à elevação de compras ocorrida em junho por conta da incerteza dos consumidores em relação à prorrogação do desconto de IPI (Imposto dobre Produtos Industrializados) ao setor. "Da mesma maneira que, de março para abril, houve queda. Mas o que nós temos visto até agora é uma trajetória de recuperação", afirmou.


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