|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Queda na exportação segura retomada das montadoras
Julho é 3º melhor mês em venda, com recuperação do mercado interno devido ao IPI
No acumulado deste ano, produção registra queda de 12,9%, e exportações, de 46,6%; em julho, estoques subiram de 18 dias para 22
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
A queda nas exportações de
veículos segue impedindo a recuperação dos níveis de produção do setor, que apresentaram
redução em todos os comparativos, apesar de julho ter sido o
terceiro melhor mês da história
em vendas.
No mês passado, foram produzidos 281.626 veículos, 0,9%
a menos do que em junho, que
detém o recorde de licenciamentos, de acordo com a Anfavea (associação das montadoras). No confronto com o mesmo mês de 2008, a retração é de
11,5% e, no acumulado do ano, a
queda é de 12,9%.
As exportações seguem com
diminuição acentuada, chegando a 46,6% em unidades e
45,3% em valor nos primeiros
sete meses de 2009 ante o mesmo período do ano anterior.
Para mostrar como o mercado interno vem segurando a
produção da indústria automobilística, o presidente da Anfavea, Jackson Schneider, contabiliza que, tirando a produção
direcionada para as vendas externas, o incremento deve chegar a 6,7% no acumulado do
ano em relação a 2008. Com as
exportações inclusas, a produção deve ter queda de 5,2%.
"As vendas nos mercados internos de outros países não se
recuperaram. E não há como
prever quando isso vai acontecer", afirma o ex-presidente da
Anfavea André Beer.
Os emplacamentos de veículos registram aumento de 2,4%
neste ano, embalados pela isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para
automóveis de 1.000 cilindradas e redução para os de até
2.000 desde dezembro. A partir
de outubro, as alíquotas começam a subir, até voltarem ao
percentual original em janeiro.
Por isso, Schneider aconselha o
consumidor a "não deixar a decisão de compra para a última
hora". Os estoques, que chegaram a 18 dias em junho, com a
incerteza de prorrogação do estímulo fiscal, subiram para 22
no mês passado. Para Schneider, o "nível de conforto" é de
24, 25 dias, patamar que deve
ser alcançado ainda neste mês.
Carros 1.0
Os automóveis 1.0 representaram 55,1% dos licenciamentos em julho, o que elevou a média anual para 52,7%, ante
50,6% em 2008. "É muito cedo
para dizer se há uma tendência
[de aumento na participação].
É mais uma volta aos patamares anteriores", diz Schneider.
Em 2007, a fatia era de 54%.
O saldo de vagas em julho na
indústria automotiva ficou positivo em 87 postos de trabalho,
com a criação de 327 no segmento de veículos (automóveis, comerciais leves, ônibus e
caminhões) e a eliminação de
240 no de máquinas agrícolas.
Ao fim do mês passado, o setor empregava 119,6 mil funcionários, 12,1 mil a menos do que
em outubro. "Se voltarmos aos
mesmos níveis de produção,
voltamos ao mesmo nível de
emprego", diz Schneider.
O consultor especializado
David Wong, da Kaiser Associates, afirma que "as montadoras já estavam fazendo investimentos na melhoria da produtividade". Por isso a retomada
da produção pode não significar que todos as vagas sejam recuperadas. "As empresas podem também aumentar a terceirização", acrescenta.
Texto Anterior: Alta definição: Toshiba se rende e diz que vai aderir à tecnologia Blu-ray Próximo Texto: Trabalho: Hyundai contrata 900 funcionários para unidade em Goiás Índice
|