São Paulo, terça-feira, 11 de agosto de 2009

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Queda na exportação segura retomada das montadoras

Julho é 3º melhor mês em venda, com recuperação do mercado interno devido ao IPI

No acumulado deste ano, produção registra queda de 12,9%, e exportações, de 46,6%; em julho, estoques subiram de 18 dias para 22

TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO

A queda nas exportações de veículos segue impedindo a recuperação dos níveis de produção do setor, que apresentaram redução em todos os comparativos, apesar de julho ter sido o terceiro melhor mês da história em vendas.
No mês passado, foram produzidos 281.626 veículos, 0,9% a menos do que em junho, que detém o recorde de licenciamentos, de acordo com a Anfavea (associação das montadoras). No confronto com o mesmo mês de 2008, a retração é de 11,5% e, no acumulado do ano, a queda é de 12,9%.
As exportações seguem com diminuição acentuada, chegando a 46,6% em unidades e 45,3% em valor nos primeiros sete meses de 2009 ante o mesmo período do ano anterior.
Para mostrar como o mercado interno vem segurando a produção da indústria automobilística, o presidente da Anfavea, Jackson Schneider, contabiliza que, tirando a produção direcionada para as vendas externas, o incremento deve chegar a 6,7% no acumulado do ano em relação a 2008. Com as exportações inclusas, a produção deve ter queda de 5,2%.
"As vendas nos mercados internos de outros países não se recuperaram. E não há como prever quando isso vai acontecer", afirma o ex-presidente da Anfavea André Beer.
Os emplacamentos de veículos registram aumento de 2,4% neste ano, embalados pela isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para automóveis de 1.000 cilindradas e redução para os de até 2.000 desde dezembro. A partir de outubro, as alíquotas começam a subir, até voltarem ao percentual original em janeiro. Por isso, Schneider aconselha o consumidor a "não deixar a decisão de compra para a última hora". Os estoques, que chegaram a 18 dias em junho, com a incerteza de prorrogação do estímulo fiscal, subiram para 22 no mês passado. Para Schneider, o "nível de conforto" é de 24, 25 dias, patamar que deve ser alcançado ainda neste mês.

Carros 1.0
Os automóveis 1.0 representaram 55,1% dos licenciamentos em julho, o que elevou a média anual para 52,7%, ante 50,6% em 2008. "É muito cedo para dizer se há uma tendência [de aumento na participação]. É mais uma volta aos patamares anteriores", diz Schneider. Em 2007, a fatia era de 54%.
O saldo de vagas em julho na indústria automotiva ficou positivo em 87 postos de trabalho, com a criação de 327 no segmento de veículos (automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões) e a eliminação de 240 no de máquinas agrícolas.
Ao fim do mês passado, o setor empregava 119,6 mil funcionários, 12,1 mil a menos do que em outubro. "Se voltarmos aos mesmos níveis de produção, voltamos ao mesmo nível de emprego", diz Schneider.
O consultor especializado David Wong, da Kaiser Associates, afirma que "as montadoras já estavam fazendo investimentos na melhoria da produtividade". Por isso a retomada da produção pode não significar que todos as vagas sejam recuperadas. "As empresas podem também aumentar a terceirização", acrescenta.


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