São Paulo, sábado, 11 de setembro de 2004

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O VÔO DA ÁGUIA

Importação cai pela 1ª vez em 11 meses, após queda do petróleo

Déficit comercial dos EUA diminui

DA REDAÇÃO

O déficit comercial norte-americano caiu mais que o esperado em julho, graças ao primeiro recuo das importações em 11 meses. Apesar da melhora, porém, os US$ 50,1 bilhões que saíram dos EUA significaram o segundo pior resultado da história, atrás somente do resultado de junho.
O rombo na balança comercial caiu em julho 8,9% em relação aos revisados US$ 55 bilhões do mês anterior, valor abaixo das expectativas de mercado. Analistas estimavam, em média, que o número ficasse em US$ 51,75 bilhões.
"O considerável "buraco" comercial diminuiu um pouco, mas é tão grande que não podemos ficar felizes", disse o analista Joel Naroff, do instituto de previsões de mesmo sobrenome.
A queda de 1,4% na compra de bens e serviços do exterior em relação ao mês anterior foi explicada pelo menor preço pago pelo barril do petróleo, US$ 33,28, e pela redução na demanda da commodity. Foi o primeiro recuo na cotação após oito meses seguidos de alta. Em junho, o preço médio do barril comprado fora de US$ 33,76, o maior em 20 anos.
As exportações continuaram a crescer (3%) e atingiram US$ 95,8 bilhões em julho, com destaque para as vendas de carros, aviões e computadores. As importações ficaram em US$ 146 bilhões -segundo maior valor da história.
O rombo comercial é parte de um dos entraves à atual fase de recuperação da economia americana. Os chamados déficits gêmeos (fiscal e em conta corrente, no qual entra a balança comercial) têm atingido níveis recordes, ao redor de 5% do PIB, o que torna o país dependente de investimentos estrangeiros para financiá-lo.
A questão é explorada também na corrida à Casa Branca. O candidato democrata às eleições de novembro, John Kerry, acusa o presidente George W. Bush de não ter feito o suficiente para proteger os trabalhadores americanos de uma concorrência supostamente injusta e de baixos salários de outros países.
A perda de fôlego nas cotações do petróleo também ajudou a melhorar os preços no atacado em agosto, que caíram 0,1%, após um aumento de 0,1% no mês anterior. O núcleo do PPI (Índice de Preços ao Produtor), que exclui os voláteis itens de alimentos e energia, também recuou 0,1%, o primeiro declínio em seis meses.
Os preços de energia subiram 0,2%, ante 2,3% em julho.


Com agências internacionais

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