|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Renault lança primeiro carro "brasileiro"
Criado para o mercado latino-americano, compacto Sandero foi desenvolvido e será produzido no Paraná
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
A montadora francesa Renault lançou ontem dez novos
modelos, incluindo um criado
no Brasil para o mercado latino-americano. É o "hatch"
compacto Sandero, fabricado
em São José dos Pinhais (PR) e
previsto para chegar às concessionárias em dezembro. Outros
lançamentos incluem variações do Clio, Laguna, Kangoo e
dos utilitários Koleos.
O Sandero é o quarto, dos seis
modelos que a Renault pretende lançar no Brasil até 2009.
Até agora, chegaram ao mercado o Mégane, o Mégane Grand
Tour e o Logan. Os lançamentos receberão investimentos de
US$ 360 milhões no país, no
período de 2006 a 2009.
Desse total, US$ 230 milhões
serão gastos em carros da plataforma B0, que abrigará, além
do Logan e do Sandero, outro
modelo montado no País, com
lançamento previsto até 2009.
Além do Brasil, o Sandero também será vendido a partir de
dezembro na Argentina.
O Sandero é o primeiro carro
da montadora desenvolvido e
lançado fora da Europa. Boa
parte do projeto foi desenhado
no Centro de Engenharia América, em São José dos Pinhais,
por engenheiros brasileiros. O
modelo é também o primeiro
desenvolvido, desde o início,
para o consumidor brasileiro.
"O Sandero é o primeiro Renault com DNA brasileiro", diz
Jérôme Stoll, presidente da Renault do Brasil e diretor-geral
da Renault Mercosul. "É um
carro feito por brasileiros para
brasileiros."
Isso significou, por exemplo,
maior altura em relação ao solo
e suspensões reforçadas para
suportar as ruas e estradas brasileiras. A pintura também recebe uma cera especial anticorrosão, desenvolvida para o clima tropical.
"O Brasil já é um pólo de desenvolvimento e produção de
veículos compactos e a engenharia automotiva local é moderna e desenvolvida", diz Marcelo Cioffi, sócio da consultoria
PricewaterhouseCoopers. "A
Renault seguiu o que as concorrentes já fazem."
Mesmo assim, os especialistas questionam a capacidade de
o país se tornar um grande centro de exportação da categoria.
"O custo de produção no país
está prejudicado por causa do
câmbio", diz Stefano Bridelli,
sócio da consultoria Bain &
Company. "Somos competitivos com Europa e Estados Unidos, mas não com Turquia, Índia, Polônia e China." Além do
Brasil, a Renault tem centros
de engenharia regionais na Romênia, Coréia do Sul e Índia.
Ainda sem preço definido, o
Sandero concorrerá na categoria dos "hatches" como o Fox,
da Volkswagen, e o Fiat Punto,
que custam a partir de R$ 32
mil. Esse segmento representa
metade das vendas de novos
veículos no país.
O lançamento chega ao mercado com motor flex, em versão
1.0, 1.6 litro e 1.6 litro com 16
válvulas. Ele também terá garantia de fábrica de três anos ou
100 mil quilômetros.
Com os lançamentos anunciados ontem, a Renault espera
dobrar suas vendas entre 2006
e 2009 e melhorar sua rentabilidade. Em entrevista na feira
de automóvel de Frankfurt,
Carlos Ghosn, presidente da
Renault, afirmou que a montadora terá margem de lucro operacional de 3% em 2007, 4,5%
em 2008 e 6% em 2009.
Com um faturamento de
20,5 bilhões no primeiro semestre, a Renault teve redução
de 1,4% nas vendas em relação
ao mesmo período de 2006.
Texto Anterior: Estudo vê perda de competitividade na indústria de SP Próximo Texto: Indústria cresce em 8 das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE Índice
|