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Aceleração brasileira vai na contramão da maior parte da economia mundial
ÁLVARO FAGUNDES
DA REDAÇÃO
A aceleração do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro vai
na contramão do resto da economia global, que diminuiu o
seu ritmo no segundo trimestre
deste ano. Levantamento com
as 20 maiores economias globais mostra que, além do Brasil,
dois países tiveram uma expansão no segundo trimestre superior à registrada nos três primeiros meses do ano
Somente Brasil, México e Indonésia cresceram mais no segundo trimestre que no período de janeiro a março -sempre
fazendo a comparação com o
mesmo período de 2007.
Os dados de abril a junho
também mostram uma reversão do que vinha acontecendo
nos últimos anos, com os grandes países emergentes (como
China e Índia) apresentando
crescimentos cada vez maiores,
enquanto o Brasil tinha avanços mais modestos. Em 2007,
por exemplo, a China se expandiu em 11,4%, seis pontos percentuais mais que o Brasil.
Com a desaceleração dos
Brics (grupo que também conta
com Índia, Rússia e Índia), a expansão brasileira ficou mais
próxima da dos rivais, apesar de
ainda ser a menor. No caso da
Rússia, a diferença para o avanço brasileiro agora é de 1,4 ponto percentual (7,5%, ante 6,1%)
-no primeiro trimestre, a vantagem russa era quase o dobro
da atual, de 2,6 pontos percentuais.
A China teve um leve recuo
na expansão do PIB: de 10,6%,
no primeiro trimestre, para
10,4% de abril a junho. Já a Índia, que tinha avançado 8,8%
nos três primeiros meses deste
ano, cresceu 7,9% no segundo
trimestre, que foi a menor expansão em quase quatro anos.
Mesmo levando em conta
mercados emergentes e com
economias que não estão entre
as 20 maiores do mundo, cenário parecido ao brasileiro
-com aceleração entre o primeiro e o segundo trimestres-
vai ocorrer praticamente só na
América do Sul, em países como Venezuela, Chile e Peru.
No entanto, o crescimento
brasileiro não será suficiente
para garantir ao país a liderança dos países que mais se expandiram no continente. O PIB
peruano teve alta de 10,9%, e o
venezuelano se recuperou e
cresceu 7,1% -2,2 pontos percentuais mais que no primeiro
trimestre.
O segundo trimestre deste
ano foi marcado pelo forte recuo das economias do Japão e
da zona do euro. O PIB dos dois
se contraiu no segundo trimestre em relação aos três meses
anteriores, mas ficou positivo
na comparação com o mesmo
período de 2007. Os EUA cresceram 2,2% de abril a junho, 0,3
ponto percentual menos que
no primeiro trimestre.
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