São Paulo, sexta-feira, 11 de setembro de 2009 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Economia acelera expansão no 3º trimestre
Segundo economistas, PIB vai subir cerca de 3% em relação ao período de abril a junho e retomar os níveis de antes da crise
FÁTIMA FERNANDES DA REPORTAGEM LOCAL Indicadores de produção industrial, vendas no varejo, licenciamento de carros, consumo de energia elétrica e fluxo de veículos nas estradas mostram que o desempenho da economia no terceiro trimestre será melhor do que o de abril a junho deste ano e do que o de igual período de 2008. Economistas e representantes de entidades da indústria e do comércio preveem que, de julho a setembro, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil deva subir cerca de 3% ante o trimestre anterior e 0,5% sobre igual período do ano passado. O PIB do segundo trimestre deste ano vai ser divulgado hoje pelo IBGE. A expectativa é que o resultado seja positivo na comparação com o primeiro trimestre -algo entre 1,6% e 2%- e negativo em relação ao ano passado -a queda estimada é de 1% a 1,5%. Se a previsão para o terceiro trimestre deste ano se confirmar, o ritmo da atividade da economia poderá voltar ao patamar em que estava até setembro do ano passado, mês que marcou o agravamento da crise financeira mundial. A recuperação da produção industrial em julho na comparação com junho é citada como um dos principais indicadores de que o pior da crise já passou. "O setor industrial foi o que mais sofreu com a crise, principalmente as empresas exportadoras. A recuperação na produção, a partir de julho, a melhora na oferta de crédito, o bom desempenho do setor de serviços, o crescimento nas vendas do comércio e o aumento da confiança na economia mostram que o Brasil conseguiu driblar a crise", diz Fábio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores. "O que também estimula a economia neste trimestre são juros mais baixos, IPI reduzido para carros, material de construção e eletrodoméstico, além do aumento da renda do trabalhador", afirma Ariadne Vitoriano, analista da Tendências. Demanda doméstica Apesar da retração econômica, a massa real de salários no país não caiu -de janeiro a julho deste ano subiu 4,81% ante igual período do ano passado. "A recuperação da economia veio da demanda doméstica. O consumidor voltou até a tomar crédito, um sintoma de que a economia está melhorando de fato", diz Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados. O ritmo de atividade das fábricas está subindo mês a mês desde fevereiro, apesar de ainda não ter alcançado o patamar de julho de 2008, segundo a Sondagem da Indústria de Transformação da FGV. Em agosto, o nível de utilização da capacidade da indústria, com ajuste sazonal, foi de 81,3%, maior do que o registrado nos meses de dezembro de 2008 a julho deste ano, quando ficou entre 78% e 79%. "Mês a mês vemos melhora nas vendas, na produção e nas exportações. Combinado com a recuperação da confiança e com a normalização na oferta de crédito, esse ambiente resulta na recuperação que se vê hoje na economia", afirma Armando Monteiro, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria). O consumo de itens de valores mais baixos, que dependem mais da renda do consumidor, como alimentos e roupas, reagiu a partir de maio, o que não ocorreu com os produtos que dependem de financiamento, como eletroeletrônicos. Desde junho, as vendas à vista estão maiores do que as de igual período do ano passado, segundo levantamento da Associação Comercial de São Paulo. As vendas a prazo continuam em queda, situação que deve mudar a partir de 2010. Texto Anterior: Mercado Aberto Próximo Texto: Luiz Carlos Mendonça de Barros: Padrões da recuperação econômica Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |