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Lula critica política "ambígua" de Estados
ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL A SOBRAL (CE)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou ontem governadores que não fazem parcerias com o governo federal e
mantêm uma relação de "adversários políticos" ou "ambígua" com o Planalto. Lula participou da ampliação de escolas
técnicas em Sobral (CE), ao lado do governador do Estado,
Cid Gomes (PSB), a quem elogiou pelo companheirismo.
"Para melhorar esse país,
prefeito, governador e presidente têm que ser parceiros, e
não adversários", disse.
Recentemente, o presidente
teve que voltar atrás na decisão
do governo sobre a divisão dos
royalties do pré-sal. Ele chegou
a convocar uma reunião com
governadores em Brasília na
véspera do lançamento do marco regulatório do pré-sal. Por
pressão dos governadores dos
Estados onde as reservas de petróleo e gás se encontram, o governo mudou os termos do projeto antes do envio para a Câmara dos Deputados.
O presidente Lula pediu ajuda de governadores aliados para que pressionem suas bancadas na Câmara para garantir
mais recursos do fundo soberano para os Estados que não têm
reservas do pré-sal.
Em entrevista a rádios em
Fortaleza, contudo, disse que
todos os Estados receberão
partes iguais dos lucros do pré-sal, mas que tratará com "carinho" as regiões mais próximas
da produção.
O presidente ainda afirmou
que seu governo não permitirá
que os recursos do pré-sal sejam desperdiçados. "A gente
não pode permitir que o dinheiro seja torrado, que o dinheiro entre no ralo comum
dos gastos administrativos."
No Rio, o governador Sergio
Cabral (PMDB) elogiou como
prova de "vocação para a democracia" de Lula a retirada do regime de urgência dos quatro
projetos de lei que tratam do
marco regulatório do pré-sal na
Câmara dos Deputados.
"Cretinagem"
Em seu discurso em Sobral, o
presidente foi duro com parlamentares que tentam influir
para que o governo federal não
libere verbas para os governadores aos quais fazem oposição
nos Estados que representam.
"Os senadores e deputados
daquele Estado que são contra
o governador têm a petulância
de vir pedir para você não mandar dinheiro para o governador
não se sair bem. Ora, somente
alguém que tiver um senso de
cretinagem muito grande seria
capaz de prejudicar o brasileiro
porque alguém não quer que o
governo federal mande dinheiro a que o Estado tem direito."
Colaborou SIMONE IGLESIAS, enviada especial a Fortaleza
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