São Paulo, sexta-feira, 11 de setembro de 2009

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Lula critica política "ambígua" de Estados

ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL A SOBRAL (CE)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou ontem governadores que não fazem parcerias com o governo federal e mantêm uma relação de "adversários políticos" ou "ambígua" com o Planalto. Lula participou da ampliação de escolas técnicas em Sobral (CE), ao lado do governador do Estado, Cid Gomes (PSB), a quem elogiou pelo companheirismo. "Para melhorar esse país, prefeito, governador e presidente têm que ser parceiros, e não adversários", disse.
Recentemente, o presidente teve que voltar atrás na decisão do governo sobre a divisão dos royalties do pré-sal. Ele chegou a convocar uma reunião com governadores em Brasília na véspera do lançamento do marco regulatório do pré-sal. Por pressão dos governadores dos Estados onde as reservas de petróleo e gás se encontram, o governo mudou os termos do projeto antes do envio para a Câmara dos Deputados.
O presidente Lula pediu ajuda de governadores aliados para que pressionem suas bancadas na Câmara para garantir mais recursos do fundo soberano para os Estados que não têm reservas do pré-sal. Em entrevista a rádios em Fortaleza, contudo, disse que todos os Estados receberão partes iguais dos lucros do pré-sal, mas que tratará com "carinho" as regiões mais próximas da produção.
O presidente ainda afirmou que seu governo não permitirá que os recursos do pré-sal sejam desperdiçados. "A gente não pode permitir que o dinheiro seja torrado, que o dinheiro entre no ralo comum dos gastos administrativos." No Rio, o governador Sergio Cabral (PMDB) elogiou como prova de "vocação para a democracia" de Lula a retirada do regime de urgência dos quatro projetos de lei que tratam do marco regulatório do pré-sal na Câmara dos Deputados.

"Cretinagem"
Em seu discurso em Sobral, o presidente foi duro com parlamentares que tentam influir para que o governo federal não libere verbas para os governadores aos quais fazem oposição nos Estados que representam.
"Os senadores e deputados daquele Estado que são contra o governador têm a petulância de vir pedir para você não mandar dinheiro para o governador não se sair bem. Ora, somente alguém que tiver um senso de cretinagem muito grande seria capaz de prejudicar o brasileiro porque alguém não quer que o governo federal mande dinheiro a que o Estado tem direito."

Colaborou SIMONE IGLESIAS, enviada especial a Fortaleza



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