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CLIMA
"Mercados perderam o juízo", diz operador
ANA FLORENCE
da Reportagem Local
Foi um dia em que os operadores da Bolsa de Valores perderam todas as apostas.Estimavam uma manhã não tão
turbulenta. O mercado, no entanto, só acumulou baixas. Falavam em uma leve recuperação no meio da tarde. Não
houve nenhuma. Duvidavam
de uma queda de 15,82% no índice Bovespa no fechamento
do pregão. Erraram de novo."Estamos vivendo uma crise pior do que a de outubro do
ano passado (auge da crise
asiática). Mais drástica que a
do Plano Collor e qualquer outra turbulência que já tivemos", disse o operador Laércio dos Santos.Os 450 operadores da Bolsa de Valores de São
Paulo, funcionários que ganham em média R$ 2,5 mil para negociar milhões, não conseguiram, desta vez, fazer previsões."Os mercados perderam o juízo", "o buraco é
grande", "o chão era mais
baixo" foram frases ouvidas
nos corredores da casa, entre
as pausas forçadas do pregão e
o tradicional intervalo para o
almoço."Não há comprador.
Fiquei o dia inteiro numa roda
e não consegui nada", disse o
operador Wilson Oliveira Filho, antes do "segundo
round" de negociações do
pregão."Não temos parâmetros. Não é possível fazer previsões para o futuro", pontuou
o operador Roney Albert, desanimado com o resultado de
ontem.Ainda que não negociem com o seu próprio dinheiro, qualquer erro na operação pode significar um prejuízo.Isolados em um corredor
informatizado, os pequenos
investidores autônomos também estavam desanimados. O
alemão Hanz Braune, há 30
anos no Brasil, estava assustado. "Uma queda desta em Bolsas no exterior seria o fim do
mundo. Aqui parece até normal", disse Braune, executivo
aposentado e há três anos operando como autônomo na Bolsa.O advogado João Spanolli
de Oliveira, que nas horas vagas é um pequeno investidor,
estava pessimista: "Estava certo de que as ações tinham batido no piso. Errei", disse.Oliveira não era o único com palpite errado.
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