São Paulo, sexta-feira, 11 de outubro de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Tensão no dólar não contaminou Bolsa, que subiu 1,73%; juros e risco-país fecharam estáveis

Bovespa ignora câmbio e fecha com alta

DA REPORTAGEM LOCAL

A forte tensão no câmbio ontem não chegou a contaminar os outros segmentos do mercado financeiro local. A Bolsa paulista encontrou espaço para subir, e os juros e o risco-país permaneceram praticamente estáveis.
A melhora no mercado internacional também ajudou. A Bolsa de Valores de São Paulo encerrou o pregão com alta de 1,73%. Nos Estados Unidos, Dow Jones e Nasdaq subiram, 3,4% e 4,4%, respectivamente.
As ações da Petrobras voltaram a ser destaque negativo, liderando as perdas no dia. Os papéis da estatal concentraram quase 20% dos negócios. As ações preferenciais da empresa caíram 2,06%. O papel ON (com direito a voto) da Petrobras fechou com queda de 2,52%.
Analistas apontam que a alta da Bolsa está mais relacionada a uma reação às fortes perdas acumuladas neste ano do que a uma volta do interesse dos investidores por ações. O volume negociado permaneceu bastante inexpressivo. Foram girados apenas R$ 464,1 milhões, montante inferior até à baixa média diária registrada no mês passado, de R$ 485 milhões.
Entre as maiores altas do pregão ficaram as ações de empresas de telecomunicações. O papel PN da Tele Leste Celular subiu 8,3%. As ações preferenciais da Telemig Participações fecharam com ganho de 5,6%.
Apesar da alta registrada ontem, a Bovespa acumula perdas de 4,2% na semana. No ano, a desvalorização acumulada pela Bolsa paulista está em 34,7%.
O risco-país, medido pelo JP Morgan, permaneceu praticamente estável. No fim do dia, o indicador fechou em 2.271 pontos, nível bastante elevado, o que demonstra a desconfiança do investidor estrangeiro em relação ao país.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, os contratos DI -que consideram os negócios entre os bancos- fecharam com poucas oscilações. O contrato mais negociado, com prazo em janeiro, fechou projetando taxa de 20,95% ao ano.
Apenas o cupom cambial -projeção do valor da taxa de juros em dólar- reagiu negativamente ao nervosismo cambial. O FRA (Forward Rate Agreement, que melhor mede o cupom cambial) para janeiro pulou de 47,3% para 50,8% anuais.
(FABRICIO VIEIRA)


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