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TV digital começa por SP no final de 2007
Novo sistema permitirá ampliação do número de canais públicos, diz Costa; outras capitais começarão 2 anos depois
Sistema analógico deixará de funcionar em 2016 e, segundo governo, custará menos ao consumidor que mudança para a TV colorida
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A TV digital deverá começar
a funcionar no final do ano que
vem no Brasil. Segundo cronograma divulgado ontem pelo
Ministério das Comunicações,
as transmissões começam pela
região metropolitana de São
Paulo, em dezembro de 2007.
As demais capitais começam
as transmissões em dezembro
de 2009, e todos os outros municípios, em dezembro de 2013.
Inicialmente, as emissoras
continuarão usando também o
sistema analógico, que só será
desligado no final de junho de
2016, sempre segundo o cronograma apresentado ontem.
O ministro Hélio Costa (Comunicações) ressalvou que o
cronograma é "conservador" e
que a implantação pode até
ocorrer antes do previsto.
No final de junho deste ano, o
governo anunciou oficialmente
a escolha do padrão japonês
(ISDB) para as transmissões de
TV digital, dizendo que ele teria
se mostrado tecnicamente
mais "robusto" para transmissões para receptores móveis. O
padrão era o preferido das
emissoras de TV, porque, em
tese, torna mais difícil a entrada das empresas de telefonia no
mercado televisivo.
O padrão japonês disputou
com os padrões europeu (DVB)
e americano (ATSC). De acordo
com o governo brasileiro, o Japão teria se comprometido a
estudar a viabilidade da instalação no Brasil de uma fábrica de
semicondutores e estaria comprometido com a possibilidade
de transferência de tecnologia.
Ontem, o ministro Hélio
Costa (Comunicações), ao
anunciar o cronograma, disse
que o governo federal enviará
correspondência ao Confaz
(Conselho Nacional de Política
Fazendária, órgão que representa os governos estaduais)
em que pedirá a redução da alíquota de ICMS (que varia aproximadamente de 10% a 15%)
para a importação de equipamentos sem similar nacional
que serão usados no processo
de digitalização das redes das
emissoras.
Segundo Costa, o custo de digitalizar as transmissões de
uma emissora é de, aproximadamente, US$ 1,6 milhão.
A principal diferença entre a
TV digital e a analógica -além
da maior definição da imagem e
do som- é a capacidade de interação com o telespectador. A
interatividade deve transformar o ensino à distância e o comércio de produtos pela TV.
Para ter acesso às transmissões digitais, o telespectador
tem duas opções: comprar uma
TV nova, que já receba o sinal
digital, ou comprar um conversor, que o governo estima que
custará aproximadamente R$
100,00.
Até o final de junho de 2016,
o telespectador que não comprar pelo menos um conversor
continuará a ter acesso à programação analógica. Quando o
sistema analógico for desligado, para assistir à televisão, será
preciso comprar pelo menos o
conversor.
Hélio Costa avaliou que a
mudança terá menor impacto
no bolso do telespectador do
que a mudança de preto-e-branco para cores, no início dos
anos 1970. "O aparelho em cores custava cinco vezes mais
que o preto-e-branco", disse o
ministro.
Canais públicos
Com a implantação do padrão digital, afirmou o ministro, haverá mais espaço nas faixas de freqüência.
Parte desse espaço será para
mais canais públicos de televisão, que teriam redes nacionais
de TV digital. "Vamos usar esses canais para iniciar um procedimento de redes públicas de
televisão", disse Costa.
Costa citou como exemplos
de redes nacionais digitais os
seguintes canais: Radiobrás,
Ministério da Educação, Ministério da Cultura, Câmara dos
Deputados e Senado.
Além desses canais federais,
cada município teria um "canal
da cidadania", um canal público digital municipal. O ministro disse que serão, ao todo, dez
canais públicos, dos quais quatro novos.
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