São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 2006

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Petróleo tem o menor preço em 8 meses

Silêncio da Arábia Saudita, maior produtora, faz mercado duvidar de corte na produção mundial da commodity proposto pela Opep

Venezuela e Irã disseram estar preocupados com a "instabilidade do mercado petrolífero" e apóiam antecipar reunião da Opep


DA REDAÇÃO

O petróleo terminou a terça-feira com a sua menor cotação em praticamente oito meses no fechamento na Bolsa de Nova York. O preço de US$ 58,32, uma queda de 2,4% em relação ao dia anterior, foi o menor registrado desde 16 de fevereiro. Em Londres, a desvalorização foi menos expressiva, 1,98%, e o barril do tipo Brent fechou o dia valendo US$ 59,34.
A explicação para a queda está no silêncio da Arábia Saudita sobre a proposta de corte na produção mundial de petróleo. Para os investidores, a falta de manifestação dos sauditas, maiores produtores mundiais da commodity e tradicionais aliados dos EUA, é um sinal de que o acordo não tem seu apoio e, portanto, não irá adiante.
A proposta feita pelo presidente da Opep, Edmund Daukoru, é que os 11 países membros da organização diminuam em 1 milhão de barris a produção mundial diária de petróleo.
Segundo Michael Guido, diretor de commodities estratégicas da Société Générale, o mercado não acredita que os países da Opep estão dispostos a diminuir a produção no momento em que o petróleo vale o dobro do que há três anos -apesar da queda registrada nos últimos meses.
Até o momento, a Venezuela e a Nigéria, país do presidente da Opep, foram as únicas nações que diminuíram a sua produção. Elas realizaram cortes de 50 mil e 120 mil barris diários, respectivamente. O Kuait também disse estar disposto a reduzir o volume de sua produção para garantir a "estabilidade do mercado".
Os ministros do Petróleo do Irã, Kazem Vaziri Hamaneh, e da Venezuela, Rafael Ramirez, disseram ontem estar preocupados com a "instabilidade do mercado petrolífero". Eles também afirmaram apoiar a realização de uma reunião de emergência da Opep para debater o assunto. O próximo encontro da entidade está marcado para dezembro.
A Administração de Informação de Energia do governo dos EUA (EIA, na sigla em inglês) disse que, mesmo que aconteça o corte, ele poderá ser menor que o projetado. Segundo o organismo, a produção deverá continuar um pouco abaixo de 30 milhões de barris diários, pois vários membros da Opep já estão produzindo menos do que sua cota oficial.


Com agências internacionais

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