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Crise no setor automotivo atinge 10 mil operários na Argentina
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
A crise das montadoras nos
EUA e na Europa e a queda na
venda de veículos no Brasil já
atinge o setor na Argentina.
Segundo o Smata (principal
sindicato de metalúrgicos do
país), cerca de 10 mil trabalhadores estão sendo afetados por
medidas como demissões, suspensões e férias antecipadas.
A Argentina exporta 60% de
sua produção de veículos, que
em 2007 atingiu 544.647 unidades. O Brasil, destino de 70%
das exportações argentinas, registrou em outubro sua primeira queda do ano nas vendas ante mesmo mês de 2007.
Apesar do bom desempenho
geral em 2008, os números de
outubro da indústria argentina
apontam desaceleração no setor. Em relação a setembro, a
produção caiu 7,7%, as vendas
perderam 9,6% e as exportações subiram 1,2%.
A montadora americana GM
foi a primeira a demitir na Argentina. No final do mês passado, anunciou a demissão de 435
empregados (20% do total) da
fábrica da Província de Santa
Fé. O governo estadual interveio para impedir as demissões
e determinou conciliação obrigatória entre as partes.
De acordo com o Smata,
montadoras como Renault,
Peugeot, Volkswagen, Fiat, Iveco e Mercedes-Benz já anunciaram medidas como suspensões temporárias, férias antecipadas e cortes de carga horária.
O sindicato fez um protesto
em Buenos Aires ontem, com
cerca de 12 mil participantes,
segundo Héctor Chaparro, secretário de Organização da entidade. Nas faixas de manifestantes, muitos deles jovens
com uniformes de montadoras,
inscrições como Por trabalho e
melhores salários".
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