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Centrais fazem
marcha por
jornada de 40 h
DA REPORTAGEM LOCAL
Seis centrais sindicais fazem hoje uma marcha em
Brasília para reivindicar redução da jornada de trabalho
de 44 para 40 horas semanais e aprovação de uma lei
no Congresso que regulamente uma política de valorização do salário mínimo.
Empresários e associações
patronais são contrários à diminuição da jornada.
Entre 35 mil e 50 mil trabalhadores e integrantes de
movimentos sociais -como
do MST- são esperados na
"6ª Marcha Nacional da
Classe Trabalhadora".
Na pauta, também está a
ratificação das convenções
151 e 158 da Organização Internacional do Trabalho. A
primeira prevê a negociação
coletiva para servidores públicos, e a segunda inibe demissões imotivadas.
As centrais -CUT, Força
Sindical, UGT, CTB, Nova
Central Sindical e CGTB-
querem ainda combater a
precarização no uso de mão
de obra terceirizada por
meio de uma lei que iguale
direitos entre trabalhadores
diretos e terceirizados.
Para os empresários, a diminuição da jornada será
"prejudicial" a empresas e
trabalhadores porque pode
trazer perda de competitividade ao setor industrial e redução do emprego.
A Fiesp (federação das indústrias paulistas) afirma
que alguns países reduziram
a jornada semanal -como
Japão (42,5 horas), Suécia
(36,4), Canadá (30,6), França (38,9), Alemanha (38,3) e
Espanha (36,7)-, sem conseguir aumento de vagas.
A entidade ressalta que no
Brasil não houve criação de
empregos em 1988, quando a
jornada passou de 48 para 44
horas. Hoje, segundo a Fiesp,
a jornada média, "negociada
livremente", é de 41,4 horas
-abaixo de Argentina, México, Chile, Turquia e Malásia.
As micro, pequenas e médias empresas -que respondem por 56% dos empregos
do país- terão de arcar com
custos elevados, que podem
comprometer o emprego.
"Em uma empresa de cinco
empregados, obrigada a reduzir a jornada, o aumento
representará acréscimo de
20% nas despesas."
De acordo com a Fiesp,
grandes empresas de vários
setores já têm jornada média
abaixo de 40 horas. "Setores
que trabalham acima de 40
horas são os mais intensivos
em mão de obra, cuja remuneração é variável e dependente da jornada."
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