São Paulo, quarta-feira, 11 de novembro de 2009

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Centrais fazem marcha por jornada de 40 h

DA REPORTAGEM LOCAL

Seis centrais sindicais fazem hoje uma marcha em Brasília para reivindicar redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais e aprovação de uma lei no Congresso que regulamente uma política de valorização do salário mínimo. Empresários e associações patronais são contrários à diminuição da jornada.
Entre 35 mil e 50 mil trabalhadores e integrantes de movimentos sociais -como do MST- são esperados na "6ª Marcha Nacional da Classe Trabalhadora".
Na pauta, também está a ratificação das convenções 151 e 158 da Organização Internacional do Trabalho. A primeira prevê a negociação coletiva para servidores públicos, e a segunda inibe demissões imotivadas.
As centrais -CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central Sindical e CGTB- querem ainda combater a precarização no uso de mão de obra terceirizada por meio de uma lei que iguale direitos entre trabalhadores diretos e terceirizados.
Para os empresários, a diminuição da jornada será "prejudicial" a empresas e trabalhadores porque pode trazer perda de competitividade ao setor industrial e redução do emprego.
A Fiesp (federação das indústrias paulistas) afirma que alguns países reduziram a jornada semanal -como Japão (42,5 horas), Suécia (36,4), Canadá (30,6), França (38,9), Alemanha (38,3) e Espanha (36,7)-, sem conseguir aumento de vagas.
A entidade ressalta que no Brasil não houve criação de empregos em 1988, quando a jornada passou de 48 para 44 horas. Hoje, segundo a Fiesp, a jornada média, "negociada livremente", é de 41,4 horas -abaixo de Argentina, México, Chile, Turquia e Malásia.
As micro, pequenas e médias empresas -que respondem por 56% dos empregos do país- terão de arcar com custos elevados, que podem comprometer o emprego. "Em uma empresa de cinco empregados, obrigada a reduzir a jornada, o aumento representará acréscimo de 20% nas despesas."
De acordo com a Fiesp, grandes empresas de vários setores já têm jornada média abaixo de 40 horas. "Setores que trabalham acima de 40 horas são os mais intensivos em mão de obra, cuja remuneração é variável e dependente da jornada."


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