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MERCADO FINANCEIRO
Dólar e juros recuam no mercado futuro
da Reportagem Local
O otimismo moderado da Bolsa
de Valores de São Paulo ao pacote
fiscal anunciado ontem pelo governo também marcou a reação
dos mercados de dólar e de juros e
também o mercado de títulos brasileiros negociados em Nova York.
Em todos os casos, depois de um
primeiro momento bastante otimista, os investidores preferiram
rever suas expectativas e operar
com maior moderação.
No caso do dólar, por exemplo, o
resultado desse movimento foi um
pequeno recuo da cotação do dólar comercial e também da cotação
do dólar negociado no mercado
futuro, da BM&F (Bolsa de Mercadorias e de Futuros).
No início da tarde, por volta das
13h, quando a Bovespa subia cerca
de 4,5%, o dólar futuro para o dia
primeiro de janeiro projetava uma
correção do câmbio de 16% para
um período de 12 meses. No final
da tarde, com o recuo da Bolsa
paulista e as notícias sobre a continuidade da saída de moeda norte-americana, essa taxa projetada
passou para 18%.
As taxas de juros projetadas na
BM&F também tiveram o mesmo
movimento -um recuo maior no
primeiro momento para mais tarde apresentarem uma pequena
elevação, fechando, no entanto,
um pouco abaixo do nível de sexta-feira.
Segundo operadores, o mercado
financeiro só deve se acalmar
quando o fluxo de dólares voltar a
ser positivo.
No mês de outubro, especialmente na segunda quinzena,
quando aumentou o nervosismo
do mercado financeiro, houve
uma saída de mais de US$ 6 bilhões, somados os segmentos comercial e flutuante.
Foi justamente essa brutal fuga
de investidores estrangeiros que
fez o governo decidir, no dia 31 de
outubro, dobrar os juros básicos
da economia, e, ontem, baixar um
pacote fiscal.
Nos dois casos, a principal preocupação da equipe econômica foi
tentar demonstrar ao mercado financeiro sua disposição para manter o controle sobre a política econômica, especialmente a política
de câmbio, base de sustentação do
Real.
Ao baixar o pacote fiscal o governo sinaliza que precisará de menos
financiamento externo, e ficará,
portanto, menos vulnerável aos
movimentos do capital especulativo internacional.
(LUIZ CINTRA)
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