São Paulo, terça, 11 de novembro de 1997.




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MERCADO FINANCEIRO
Dólar e juros recuam no mercado futuro

da Reportagem Local

O otimismo moderado da Bolsa de Valores de São Paulo ao pacote fiscal anunciado ontem pelo governo também marcou a reação dos mercados de dólar e de juros e também o mercado de títulos brasileiros negociados em Nova York.
Em todos os casos, depois de um primeiro momento bastante otimista, os investidores preferiram rever suas expectativas e operar com maior moderação.
No caso do dólar, por exemplo, o resultado desse movimento foi um pequeno recuo da cotação do dólar comercial e também da cotação do dólar negociado no mercado futuro, da BM&F (Bolsa de Mercadorias e de Futuros).
No início da tarde, por volta das 13h, quando a Bovespa subia cerca de 4,5%, o dólar futuro para o dia primeiro de janeiro projetava uma correção do câmbio de 16% para um período de 12 meses. No final da tarde, com o recuo da Bolsa paulista e as notícias sobre a continuidade da saída de moeda norte-americana, essa taxa projetada passou para 18%.
As taxas de juros projetadas na BM&F também tiveram o mesmo movimento -um recuo maior no primeiro momento para mais tarde apresentarem uma pequena elevação, fechando, no entanto, um pouco abaixo do nível de sexta-feira.
Segundo operadores, o mercado financeiro só deve se acalmar quando o fluxo de dólares voltar a ser positivo.
No mês de outubro, especialmente na segunda quinzena, quando aumentou o nervosismo do mercado financeiro, houve uma saída de mais de US$ 6 bilhões, somados os segmentos comercial e flutuante.
Foi justamente essa brutal fuga de investidores estrangeiros que fez o governo decidir, no dia 31 de outubro, dobrar os juros básicos da economia, e, ontem, baixar um pacote fiscal.
Nos dois casos, a principal preocupação da equipe econômica foi tentar demonstrar ao mercado financeiro sua disposição para manter o controle sobre a política econômica, especialmente a política de câmbio, base de sustentação do Real.
Ao baixar o pacote fiscal o governo sinaliza que precisará de menos financiamento externo, e ficará, portanto, menos vulnerável aos movimentos do capital especulativo internacional.
(LUIZ CINTRA)


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