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INTERNACIONALIZAÇÃO
Múltis brasileiras compram menos empresas no exterior
MAURÍCIO MORAES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As aquisições de empresas
estrangeiras por multinacionais brasileiras diminuíram
em outubro e em novembro,
segundo a Fundação Dom
Cabral e a consultoria
KPMG. Foram seis as aquisições no período, contra 20
registradas no terceiro trimestre. Se a tendência se
mantiver, 2008 (cujo montante acumulado é de 53 operações) terá menos transações que 2007, quando foram compradas 66 empresas
estrangeiras.
"Há um aumento da percepção de risco. Está muito
mais difícil fazer avaliações
agora", diz Luís Motta, sócio
da KPMG, explicando a cautela das empresas perante a
crise. Também a escassez do
crédito deve levar as companhias a privilegiar suas operações domésticas.
Apesar da freada, a internacionalização das empresas
brasileiras "não é uma onda,
mas um movimento que veio
para ficar", diz Motta.
Segundo o professor Álvaro Cyrino, um dos responsáveis pelo Ranking 2008 FDC
das Transnacionais Brasileiras, que mediu a performance de 34 multinacionais brasileiras, são várias as motivações para a internacionalização. Entre elas, o aumento
da competitividade e a menor dependência do mercado doméstico.
Mas apostar no exterior
não se traduz em lucros volumosos. "A rentabilidade
ainda não chega a ser uma
questão estratégica das empresas", explica Cyrino. Tanto que o percentual médio de
contribuição das operações
internacionais para o Ebitda
(lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) é de 8,1%, menor que o
Ebitda das operações domésticas, diz o professor.
Os principais entraves à
internacionalização, apontados pelos empresários brasileiros, são a alta carga tributária do Brasil e, em seguida,
o grande potencial do mercado doméstico, que posterga vôos mais largos.
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