São Paulo, quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

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INTERNACIONALIZAÇÃO

Múltis brasileiras compram menos empresas no exterior

MAURÍCIO MORAES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As aquisições de empresas estrangeiras por multinacionais brasileiras diminuíram em outubro e em novembro, segundo a Fundação Dom Cabral e a consultoria KPMG. Foram seis as aquisições no período, contra 20 registradas no terceiro trimestre. Se a tendência se mantiver, 2008 (cujo montante acumulado é de 53 operações) terá menos transações que 2007, quando foram compradas 66 empresas estrangeiras.
"Há um aumento da percepção de risco. Está muito mais difícil fazer avaliações agora", diz Luís Motta, sócio da KPMG, explicando a cautela das empresas perante a crise. Também a escassez do crédito deve levar as companhias a privilegiar suas operações domésticas.
Apesar da freada, a internacionalização das empresas brasileiras "não é uma onda, mas um movimento que veio para ficar", diz Motta.
Segundo o professor Álvaro Cyrino, um dos responsáveis pelo Ranking 2008 FDC das Transnacionais Brasileiras, que mediu a performance de 34 multinacionais brasileiras, são várias as motivações para a internacionalização. Entre elas, o aumento da competitividade e a menor dependência do mercado doméstico.
Mas apostar no exterior não se traduz em lucros volumosos. "A rentabilidade ainda não chega a ser uma questão estratégica das empresas", explica Cyrino. Tanto que o percentual médio de contribuição das operações internacionais para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) é de 8,1%, menor que o Ebitda das operações domésticas, diz o professor.
Os principais entraves à internacionalização, apontados pelos empresários brasileiros, são a alta carga tributária do Brasil e, em seguida, o grande potencial do mercado doméstico, que posterga vôos mais largos.


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