Montadora pretende produzir no Brasil utilitário esportivo a partir de 2011

PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Renault vai investir R$ 1 bilhão no país entre 2010 e 2012. O anúncio, feito ontem, ocorre depois que outras montadoras, como Volkswagen, Ford e GM, apresentaram também planos bilionários de investimento no país para os próximos anos.
De acordo com o presidente da Renault no Brasil, Jean-Michel Jalinier, esse valor será aplicado basicamente em desenvolvimento de produtos e em engenharia.
A empresa, que se instalou no Brasil em 1999, agora quer inaugurar uma nova fase no país, disse Jalinier. "Já encerramos a fase de construção da marca. Agora vamos virar essa página e entrar em uma etapa de crescimento no país."
Atualmente, a Renault é a sexta maior montadora no Brasil, com 4,56% de fatia de mercado, segundo dados da Fenabrave (que reúne os concessionários). Para o ano que vem, a meta é consolidar a participação em, ao menos, 5%.
Em 2011, a montadora pretende começar a produzir no Brasil um veículo para competir no mercado de utilitários esportivos, segmento em que a montadora ainda não atua.
A Renault não vê necessidade, por ora, de ampliação da capacidade produtiva. Suas três fábricas instaladas no país operam em dois turnos.
Para implementar seu plano de investimentos para o próximo triênio, a Renault está negociando com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) um financiamento, já que a montadora não tem condições de levantar todo o volume de recursos sozinha, segundo Jalinier.
O investimento é um passo necessário para garantir a sobrevivência da empresa no mercado diante de aportes maciços das concorrentes, disse o consultor André Beer, ex-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
"Se as grandes já deram início a essa nova onda de investimentos, todas as demais vão ter que acompanhar. Caso contrário, simplesmente não irão conseguir se manter no mercado brasileiro", afirmou Beer.
A Renault prevê vender no ano que vem 150 mil unidades, ante 120 mil vendidas neste ano no país. Em relação ao mercado em geral, a montadora se mostra mais conservadora e não projeta um crescimento significativo para 2010.


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