|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Apesar de PIB fraco, Bolsa sobe e atinge pico no ano
Cenário externo melhora, e
Bovespa avança 1%; dólar cai
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O PIB decepcionante não esfriou o mercado acionário. Os
investidores preferiram manter o foco no cenário externo,
onde as Bolsas respiraram ontem. A Bovespa subiu 1,05%.
A Bolsa brasileira operou em
alta durante todo o pregão, refletindo a alta das ações lá fora.
No fim do dia, marcava 68.728
pontos -novo pico no ano.
"Mas o otimismo externo teve efeito menor no Brasil devido ao dado decepcionante do
PIB", avalia José Francisco
Gonçalves, economista-chefe
do banco Fator.
A economia brasileira cresceu 1,3% no terceiro trimestre,
enquanto se falava na possibilidade de expansão de 2%.
A interrupção das perdas nas
Bolsas europeias -que sofreram depreciação nos últimos
pregões com a redução da nota
de risco da Grécia e a possibilidade de a Espanha também ser
rebaixada- foi importante para o resultado positivo do mercado. Os bancos europeus, que
estão na mira dos investidores
desde o escândalo da Dubai
World, há duas semanas, acabaram por ser destaque no dia.
A Bolsa de Paris ganhou
1,09%, seguida por Frankfurt,
que teve alta de 1,08%, e Londres, que subiu 0,78%.
Nos EUA, onde os novos pedidos de seguro-desemprego tiveram aumento de 17 mil postos na semana passada, o índice
acionário Dow Jones terminou
com alta de 0,67%.
Além da recuperação das
Bolsas, o mercado viu o dólar
interromper sua escalada. Em
relação ao real, a moeda americana terminou o dia com baixa
de 0,28%, cotada a R$ 1,766.
No acumulado do mês, a divisa ainda se mantém apreciada,
com alta de 0,68%. No ano, o resultado é de desvalorização de
24,34%. O último boletim Focus, feito pelo BC após consulta
ao mercado, mostrou a expectativa de que o dólar esteja em
R$ 1,70 no fim do ano.
Segundo estudo realizado
pela Economatica, desde o início do governo Lula o real registrou valorização de 100,64%
diante do dólar. O levantamento considerou a moeda de sete
países da América Latina, além
do euro, e nenhuma divisa se
apreciou tanto quanto o real
nesse período.
Juros em baixa
O mercado futuro de juros foi
o que mais reagiu ao PIB trimestral. As taxas recuaram no
pregão da BM&FBovespa, pois,
se a economia estiver menos
aquecida do que o estimado, é
possível que a esperada elevação da taxa básica Selic em
2010 ocorra de forma menos
intensa. No contrato DI mais
negociado da BM&FBovespa,
que vence daqui a 12 meses, a
taxa recuou ontem de 10,46%
para 10,35%. O contrato que
vence no fim do primeiro semestre de 2010 fechou com taxa de 9,15%, vindo de 9,22%.
O movimento aponta que o
mercado pode vir a rever sua
projeção para a Selic no fim de
2010. O boletim Focus mostrou
que o mercado conta com a Selic a 10,50% no fim do próximo
ano. Anteontem, o Copom
manteve a Selic em 8,75%.
Texto Anterior: Previsão: Brasil lidera avanço da América do Sul em 2010, diz Cepal Próximo Texto: Telefonia: Vivendi amplia para 72% fatia na GVT Índice
|