São Paulo, sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

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Apesar de PIB fraco, Bolsa sobe e atinge pico no ano

Cenário externo melhora, e Bovespa avança 1%; dólar cai

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O PIB decepcionante não esfriou o mercado acionário. Os investidores preferiram manter o foco no cenário externo, onde as Bolsas respiraram ontem. A Bovespa subiu 1,05%.
A Bolsa brasileira operou em alta durante todo o pregão, refletindo a alta das ações lá fora. No fim do dia, marcava 68.728 pontos -novo pico no ano.
"Mas o otimismo externo teve efeito menor no Brasil devido ao dado decepcionante do PIB", avalia José Francisco Gonçalves, economista-chefe do banco Fator.
A economia brasileira cresceu 1,3% no terceiro trimestre, enquanto se falava na possibilidade de expansão de 2%.
A interrupção das perdas nas Bolsas europeias -que sofreram depreciação nos últimos pregões com a redução da nota de risco da Grécia e a possibilidade de a Espanha também ser rebaixada- foi importante para o resultado positivo do mercado. Os bancos europeus, que estão na mira dos investidores desde o escândalo da Dubai World, há duas semanas, acabaram por ser destaque no dia.
A Bolsa de Paris ganhou 1,09%, seguida por Frankfurt, que teve alta de 1,08%, e Londres, que subiu 0,78%.
Nos EUA, onde os novos pedidos de seguro-desemprego tiveram aumento de 17 mil postos na semana passada, o índice acionário Dow Jones terminou com alta de 0,67%.
Além da recuperação das Bolsas, o mercado viu o dólar interromper sua escalada. Em relação ao real, a moeda americana terminou o dia com baixa de 0,28%, cotada a R$ 1,766.
No acumulado do mês, a divisa ainda se mantém apreciada, com alta de 0,68%. No ano, o resultado é de desvalorização de 24,34%. O último boletim Focus, feito pelo BC após consulta ao mercado, mostrou a expectativa de que o dólar esteja em R$ 1,70 no fim do ano.
Segundo estudo realizado pela Economatica, desde o início do governo Lula o real registrou valorização de 100,64% diante do dólar. O levantamento considerou a moeda de sete países da América Latina, além do euro, e nenhuma divisa se apreciou tanto quanto o real nesse período.

Juros em baixa
O mercado futuro de juros foi o que mais reagiu ao PIB trimestral. As taxas recuaram no pregão da BM&FBovespa, pois, se a economia estiver menos aquecida do que o estimado, é possível que a esperada elevação da taxa básica Selic em 2010 ocorra de forma menos intensa. No contrato DI mais negociado da BM&FBovespa, que vence daqui a 12 meses, a taxa recuou ontem de 10,46% para 10,35%. O contrato que vence no fim do primeiro semestre de 2010 fechou com taxa de 9,15%, vindo de 9,22%.
O movimento aponta que o mercado pode vir a rever sua projeção para a Selic no fim de 2010. O boletim Focus mostrou que o mercado conta com a Selic a 10,50% no fim do próximo ano. Anteontem, o Copom manteve a Selic em 8,75%.


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