São Paulo, Quarta-feira, 12 de Janeiro de 2000


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ABASTECIMENTO
Para ministro, chuva evitará problemas em 2000
Oferta de energia cresce mais que o consumo, diz Tourinho

ANDRÉ SOLIANI
da Sucursal de Brasília

O consumo de energia cresceu menos que a oferta no ano passado, segundo o ministro das Minas e Energia, Rodolpho Tourinho. Ele afirmou que o país não corre risco de deixar de crescer por falta de energia elétrica neste ano, graças às chuvas e ao aumento da capacidade instalada.
"Se chover o volume histórico normal até abril, atravessaremos o ano bem", disse Tourinho.
Havia um temor de que houvesse falta de energia em 2000 antes das fortes chuvas da semana passada em São Paulo, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. O nível da água dos reservatórios estava num ponto crítico.
O volume ainda é mais baixo que nos anos anteriores, mas mostrou recuperação com relação a dezembro. Nas regiões Sul e Centro-Oeste, por exemplo, o nível dos reservatórios passou de 18,1% para 25% após as chuvas.
Segundo Tourinho, a menos que haja um novo problema de seca, mesmo que o país cresça os 4% esperados pelo governo, não haverá deficiências na oferta de energia.
No ano passado, a capacidade instalada de geração de energia cresceu em 3.037 megawatts, o equivalente a cerca de 2.000 megawatts de geração média (o suficiente para abastecer uma cidade de mais de 2 milhões de habitantes), segundo o ministro. No mesmo período, o consumo subiu 1.500 megawatts, estimou.
Para o ministro, o triênio de 2000 a 2002 será o período mais crítico para o setor elétrico no país. "Esses serão os anos de maior controle", disse ele. A partir de 2003, o Brasil estará na reta final do programa de aumento de geração de energia, que prevê um acréscimo de 26 mil megawatts no período de 1999 e 2004. Apenas em 2003 e 2004, a oferta deverá crescer 18 mil megawatts, disse.
Em 2000, além da chuvas que diminuíram o risco de seca nos reservatórios, Tourinho conta com a instalação de mais 4.500 megawatts. Desse total, 2.370 megawatts virão de usinas termoelétricas. Outros 1.000 megawatts virão da Argentina e o restante será fornecido por hidroelétricas.
O projeto brasileiro, que prevê a livre concorrência entre as geradoras de energia a partir de 2003, também estabelece um aumento da participação de energia a gás no setor. Hoje, 3% da energia elétrica vem do gás. A meta é chegar a 10%, com o gás da Bolívia.
Para agilizar a construção de novas usinas, hidroelétricas e térmicas, Tourinho pretende acelerar o processo de licitação. Atualmente, as licitações são feitas com base na lei 8.666, que prevê uma série de trâmites burocráticos e atrasa a concessão para exploração de rios e termoelétricas.
Ontem, Tourinho estudava um projeto que prevê leilões nas Bolsas de Valores para licitações na área de energia.


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