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ABASTECIMENTO
Para ministro, chuva evitará problemas em 2000
Oferta de energia cresce mais que o consumo, diz Tourinho
ANDRÉ SOLIANI
da Sucursal de Brasília
O consumo de energia cresceu
menos que a oferta no ano passado, segundo o ministro das Minas
e Energia, Rodolpho Tourinho.
Ele afirmou que o país não corre
risco de deixar de crescer por falta
de energia elétrica neste ano, graças às chuvas e ao aumento da capacidade instalada.
"Se chover o volume histórico
normal até abril, atravessaremos
o ano bem", disse Tourinho.
Havia um temor de que houvesse falta de energia em 2000 antes
das fortes chuvas da semana passada em São Paulo, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. O nível da
água dos reservatórios estava
num ponto crítico.
O volume ainda é mais baixo
que nos anos anteriores, mas
mostrou recuperação com relação a dezembro. Nas regiões Sul e
Centro-Oeste, por exemplo, o nível dos reservatórios passou de
18,1% para 25% após as chuvas.
Segundo Tourinho, a menos
que haja um novo problema de
seca, mesmo que o país cresça os
4% esperados pelo governo, não
haverá deficiências na oferta de
energia.
No ano passado, a capacidade
instalada de geração de energia
cresceu em 3.037 megawatts, o
equivalente a cerca de 2.000 megawatts de geração média (o suficiente para abastecer uma cidade
de mais de 2 milhões de habitantes), segundo o ministro. No mesmo período, o consumo subiu
1.500 megawatts, estimou.
Para o ministro, o triênio de
2000 a 2002 será o período mais
crítico para o setor elétrico no
país. "Esses serão os anos de
maior controle", disse ele. A partir de 2003, o Brasil estará na reta
final do programa de aumento de
geração de energia, que prevê um
acréscimo de 26 mil megawatts
no período de 1999 e 2004. Apenas em 2003 e 2004, a oferta deverá crescer 18 mil megawatts, disse.
Em 2000, além da chuvas que
diminuíram o risco de seca nos
reservatórios, Tourinho conta
com a instalação de mais 4.500
megawatts. Desse total, 2.370 megawatts virão de usinas termoelétricas. Outros 1.000 megawatts virão da Argentina e o restante será
fornecido por hidroelétricas.
O projeto brasileiro, que prevê a
livre concorrência entre as geradoras de energia a partir de 2003,
também estabelece um aumento
da participação de energia a gás
no setor. Hoje, 3% da energia elétrica vem do gás. A meta é chegar
a 10%, com o gás da Bolívia.
Para agilizar a construção de
novas usinas, hidroelétricas e térmicas, Tourinho pretende acelerar o processo de licitação. Atualmente, as licitações são feitas com
base na lei 8.666, que prevê uma
série de trâmites burocráticos e
atrasa a concessão para exploração de rios e termoelétricas.
Ontem, Tourinho estudava um
projeto que prevê leilões nas Bolsas de Valores para licitações na
área de energia.
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