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Sob ameaça, Banco Central aprova plano
JOSÉLIA AGUIAR
da Redação
Ameaçada de demissão, a diretoria do Banco Central do Equador aprovou na noite de segunda-feira o plano de dolarização da
economia anunciado no dia anterior pelo presidente da República,
Jamil Mahuad.
O governo pretende enviar o
projeto ainda nesta semana ao
Congresso, que terá um prazo de
30 dias para aprová-lo. Mahuad
diz que tem maioria na Casa.
Da votação de segunda-feira,
não participou o presidente do
Banco Central, Pablo Better, que
renunciara em protesto contra o
plano. Outros membros do BC
equatoriano também preferiram
deixar o cargo.
Modesto Correa, um dos diretores, afirmou que a proposta foi
aprovada "na esperança de que
possa trazer de volta produção e
emprego" para o país.
O documento que será enviado
ao Congresso estabelece o valor
do dólar em 25 mil sucres.
A moeda local será substituída
pela norte-americana. O sucre
continuará a circular apenas em
pequenas transações -do mesmo modo que o balboa, moeda
do Panamá, que também possui
uma economia dolarizada.
Após a aprovação no Congresso, o governo calcula que a primeira etapa da dolarização se estenderá por três ou quatro semanas. Os depósitos nos bancos serão transformados em dólares automaticamente. Em seguida, os
equatorianos passarão a receber
salários em dólar e as empresas
converterão seus balanços usando a moeda norte-americana.
O ministro das Finanças, Alfredo Arízaga, afirma que a dolarização é irreversível. Ele afirma que
não foi uma medida precipitada,
mas sim o resultado de dois meses de estudos. Arízaga explica
que há dólares suficientes para
cobrir os sucres que estão em circulação. Pelos cálculos do ministro, serão recolhidos cerca de US$
423 milhões em sucres.
A reserva líquida do país supera
os US$ 553 milhões, US$ 130 milhões a mais, portanto, que todo o
dinheiro em circulação. Existem
ainda cerca de US$ 500 milhões
em ativos que podem se converter
em dinheiro no curto prazo.
Sob o efeito da aprovação do
BC, o sucre abriu com ligeira alta
de 0,3% no mercado de câmbio
local. Operadores dizem que estão aos poucos se ajustando ao
novo sistema.
Os juros do BC recuaram de
150% para 30% ao dia. Entre bancos, os empréstimos estavam sendo efetuados com juros de 25%.
No dia anterior, eram de 152%.
com agências internacionais
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