São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 2003

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BC vai discutir cooperativas de crédito

DE WASHINGTON

Para facilitar a captação e a concessão de empréstimos de cooperativas no Brasil, o Ministério da Fazenda deverá submeter suas propostas ao Banco Central e acelerar um debate sensível dentro do governo.
"É um assunto prioritário, mas não temos ainda uma decisão sobre o que fazer", disse à Folha o presidente do BC, Henrique Meirelles. Catapultar o financiamento cooperativo é uma das formas escolhidas pelo governo do PT para facilitar o crédito para pessoas físicas e pequenas empresas.
Ao assumir, o presidente Lula pediu ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, a formulação urgente de regras soltando as amarras que inibem a iniciativa das cooperativas (sobretudo agrícolas) de captar recursos do público e oferecer empréstimos com juros menores que os de mercado. O assunto relaciona-se diretamente com o programa Fome Zero e é uma das maiores bandeiras do ministro José Graziano.
Segundo Meirelles, as duas questões principais serão definir quem ficará com a incumbência de fiscalizar o crédito cooperativo e qual será a latitude de captação das cooperativas.
"É preciso equilibrar a defesa dos interesses do público, do depositante e dos membros da cooperativa e a questão do acesso das cooperativas ao crédito", disse.
Existem várias sugestões e linhas alternativas dentro do governo. As menos restritivas, por exemplo, autorizariam as cooperativas a captar recursos tanto de seus associados quanto dos não-associados. O receio de Meirelles é permitir o crescimento descontrolado do crédito cooperativo sem que os depositantes sejam protegidos e as cooperativas, controladas.
Meirelles disse ainda que, apesar de o tema ser sensível, o governo vai perseguir com vigor esse e outros meios de expandir o crédito no Brasil - entre eles impulsionar a concessão de microcréditos, estimular a competição entre bancos e permitir que os credores possam liquidar de forma ágil suas garantias nos processos de falência e no crédito hipotecário.
O governo pretende apresentar ao Congresso um novo projeto de lei de falências ainda no primeiro semestre. (MA)


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