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Obama quer taxar bancos para reduzir deficit
Sob pressão, EUA estudam medida para deter riscos financeiros futuros e aumentar arrecadação federal
JACKIE CALMES
DO "NEW YORK TIMES", EM
WASHINGTON
O presidente dos Estados
Unidos, Barack Obama, deverá
propor uma taxa sobre as instituições financeiras, a fim de
ajudar a reduzir o deficit federal. A proposta deverá ser feita
pelo presidente em fevereiro,
ao anunciar seus planos orçamentários, ainda que os detalhes da medida não estejam decididos, de acordo com funcionários do governo.
A taxa sobre os bancos deve
ajudar a recuperar parte do dinheiro fornecido pelos contribuintes para o auxílio ao sistema financeiro, depois de seu
quase colapso no final de 2008,
um esforço de resgate que contribuiu para os maiores deficit
orçamentários anuais desde a Segunda Guerra Mundial.
As deliberações do governo
foram reportadas na manhã de
ontem pelo site "Politico", mas
representantes da administração Obama não haviam escondido sua intenção de impor taxas a fim de desencorajar o
comportamento de risco, por parte dos bancos, e elevar a arrecadação federal.
Com a indignação popular
cada vez mais forte diante dos
lucros e das generosas bonificações pagas pelos grandes bancos em um período de desemprego ainda elevado, o governo
Obama está sendo pressionado,
no país e no exterior, a expressar apoio a um imposto sobre
transações financeiras que incidiria sobre as instituições, e a
uma tributação pesada sobre a remuneração de executivos.
Mas os EUA, em um esforço liderado pelo secretário do Tesouro, Timothy Geithner, vêm
combatendo essa ideia, argumentando que o imposto sobre
as transações seria simplesmente repassado aos clientes e
que seria fácil escapar a um tributo sobre os bônus.
Os 27 países da União Europeia (UE) apelaram por um imposto mundial sobre transações financeiras, em dezembro,
e o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, defendeu
ideia semelhante em uma reunião do G20 (19 países desenvolvidos e emergentes mais a
UE), em novembro, alegando
que o dinheiro assim arrecadado formaria um fundo para cobrir futuros programas de ajuda. Reino Unido e França também propuseram, separadamente, novos tributos sobre remuneração dos executivos.
O desafio para o governo norte-americano é encontrar um
modelo tributário alternativo
que não apresente as fraquezas
que as autoridades afirmam encontrar em outras ideias.
Geithner vem argumentando
repetidamente que os contribuintes deveriam ser ressarcidos, e o Congresso incluiu um
requerimento nesse sentido
em um projeto de lei aprovado
em outubro de 2008 para estabelecer o programa de ajuda financeira de US$ 700 bilhões,
ainda que não tenha determinado como o dinheiro deveria ser recuperado.
Os prejuízos dos contribuintes norte-americanos provavelmente serão muito inferiores ao que se temia inicialmente; os grandes bancos começaram a restituir o dinheiro recebido durante o resgate, e com
juros. O prejuízo total pode
atingir os US$ 120 bilhões, estimou o Tesouro, mas a maior
parte desse montante se refere
não ao auxílio aos bancos, e sim
à ajuda concedida às montadoras de automóveis e à gigante
dos seguros AIG.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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