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CRISE NO AR
Vasp sai prejudicada, pois acreditava na criação de um consórcio
Varig/TAM aniquila plano para recriar ponte aérea
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O protocolo de intenção que
Varig e TAM assinaram para se
unir colocou por terra um trabalho de meses que as duas empresas, o DAC (Departamento de
Aviação Civil) e a Vasp vinham
realizando para ressuscitar a ponte aérea no aeroporto de Congonhas (SP).
A Folha apurou ontem que os
entendimentos estavam bastante
avançados semanas atrás. Mas,
com o anúncio da intenção de a
Varig e a TAM se unirem, a recriação da ponte aérea foi cancelada.
Está em estudo uma espécie de
ponte aérea somente com aquelas
duas empresas. O grande derrotado nessa história é o presidente da
Vasp, Wagner Canhedo.
Ele acreditava que uma nova
ponte aérea unindo as três companhias seria o primeiro passo
para concretizar, enfim, seu sonho de criar um consórcio entre
as empresas, ao qual a TAM e a
Varig sempre resistiram.
O protocolo de intenções entre
Varig e TAM pode permitir que
essas duas empresas passem agora a trabalhar juntas para reduzir
vôos em Congonhas. Com isso, a
Vasp estaria praticamente isolada
num setor que busca produtividade a qualquer custo.
A Folha apurou que meses atrás
o DAC, por ordem do Ministério
da Defesa, iniciou os contatos
com as três companhias aéreas
para a recriação da antiga ponte
aérea. A prioridade era descongestionar o tráfego em Congonhas. Isso porque em breve o aeroporto pode ultrapassar as regras de segurança, devido à superlotação de aeronaves nas pistas e no espaço aéreo.
Com os entendimentos entre
DAC, Varig, TAM e Vasp, Canhedo acreditava que, com a nova
ponte aérea, poderia convencer a
Varig e a TAM a criar um consórcio de companhias aéreas brasileiras. Sua idéia era dividir em três
partes iguais o capital da nova
companhia. A Gol nunca participou das conversas, pois não tem
grandes problemas financeiros e
seu tráfego em Congonhas é bem
menor que o dos concorrentes.
Canhedo teria sido surpreendido na quinta-feira passada com a
assinatura do protocolo de intenção de fusão entre Varig e TAM.
Teria ficado furioso com o fim dos
entendimentos para uma ponte
aérea de três empresas. A Vasp
afirmou que Canhedo não foi pego de surpresa pelo entendimento
entre aquelas companhias.
Redução de custos
A antiga ponte aérea existiu até
1998. O esquema permitia que
Varig, Vasp e Transbrasil trabalhassem com uma mesma central
de reservas, na qual o passageiro
reservava o bilhete sem saber com
qual companhia aérea iria voar.
Só no momento de embarque o
usuário sabia que empresa o atenderia no trajeto Congonhas-Santos Dumont (Rio) e vice-versa.
A antiga ponte aérea permitia
racionalização nos gastos das
companhias e da administração
dos aeroportos. Ela foi extinta
quando a TAM decidiu fazer seus
vôos independentes entre São
Paulo e Rio. A Varig é hoje quem
mais faz viagens de Congonhas
para Santos Dumont, com 162
vôos semanais de ida. A TAM faz
140 vôos semanais. A Vasp realiza
15 vôos diários, e a Gol, 12.
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