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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Pesquisa vê ameaça de volta aos anos 80
Se o Brasil alcançar o "investment grade" (grau de investimento), terá um crescimento
sustentável, baseado em inclusão social e destaque no cenário
internacional. Se não alcançar,
há duas possibilidades: viver
uma espécie de "neocolonialismo" ou uma volta aos anos 80.
As previsões são parte de pesquisa da consultoria global
DBM Brasil.
Segundo a pesquisa, os três
cenários são realidades plausíveis, mas não definitivas -elas
podem ter suas características
combinadas. Entre as conclusões, estão
destacadas as mudanças notadas no mercado de trabalho.
No primeiro cenário, em que
o país alcança o "investment
grade", o modelo econômico favorece todos os setores interessantes para o mercado internacional -o agrobusiness e o biodiesel, entre outros. Ainda assim, há necessidade de investimentos em infra-estrutura.
Nesse caso, o mercado de trabalho é afetado pelas empresas
locais, que devem estar prontas
para agir com rapidez para formar e atrair profissionais que
aproveitem o momento. Caso
contrário, podem perder espaço e oportunidades de avanço
em novos e atuais mercados.
O estudo explicita que as
companhias que não estiverem
preparadas para a situação
criada pelo "investment grade"
terão problemas para recrutar,
integrar e capacitar as pessoas
na velocidade necessária.
"Não ter pessoas certas na
hora certa significará perder
contratos e espaço no mercado", afirma Marcelo Cardoso,
presidente da DBM América
Latina.
Há ainda o risco de as instituições de ensino não conseguirem formar profissionais
gabaritados a tempo, o que
criaria um cenário muito competitivo. Nesse cenário, as companhias precisariam se preparar para reter talentos e criar
outros atrativos, além dos monetários.
Se o Brasil não alcançar o
grau de investimento, na melhor das hipóteses, será mantido um cenário muito próximo
ao atual, marcado por crescimentos do PIB a taxas menores
que as verificadas pelos demais
países e pela definição de estratégias de negócio focadas no
curto prazo.
Na pior das hipóteses, o país
volta ao cenário dos anos 80,
com uma política direcionada
ao topo da pirâmide social, baixíssimo nível ético e destaque
para pirataria e agiotagem.
NEGÓCIOS
O Sebrae abre hoje o fórum "A Nova Realidade para
os Pequenos Negócios". O
objetivo é debater a regulamentação e os efeitos da Lei
Geral das Micro e Pequenas
Empresas e temas voltados
para a sustentabilidade de
pequenos negócios de São
Paulo. Durante o lançamento, no auditório da Fecomercio-SP, serão empossados o
novo presidente do conselho deliberativo, Fábio Meirelles, o novo diretor-superintendente, Ricardo Tortorella, o diretor administrativo e financeiro, Milton
Dallari, e o diretor técnico,
Paulo Arruda.
QUESTÃO DE FOCO
Delfim Netto, um dos nomes cotados para um cargo
no governo, acha que há exagero nas críticas que vêm
sendo feitas a Henrique
Meirelles (BC). "Todo mundo tem o direito de discordar
da política monetária, mas
não se pode ser mal-educado", diz. Delfim afirma que
há um problema maior do
que os juros nessa discussão
sobre o crescimento da economia. O mais grave, a seu
ver, é a imensa carga tributária. O governo se apropria de
40% do valor adicionado das
empresas. Ou seja, um montante que corresponde de
três a quatro vezes a margem das empresas. "É um
sorvedouro de recursos." A
origem disso, segundo Delfim, é a "Constituição-cidadã", que criou um "welfare
state" (estado de bem-estar)
para um país de US$ 40 mil
de renda per capita e não para um país de US$ 4.000 de
renda per capita.
ÍNDIAS
A convite da Confederação das Indústrias da Índia,
sete empresários brasileiros
embarcam neste final de semana para Nova Déli, na primeira missão organizada
pela CCBI (Câmara de Comércio Brasil-Índia).
BATE-BOLA
Para captar recursos no exterior a serem aplicados na
formação de jogadores de futebol para o mercado internacional, a Fator Asset Management criou a Sport Investiments SCA, com sede em Luxemburgo, para lançar o
Campus Pelé. O conceito é de uma "universidade do futebol". Os atletas terão, entre outros, cursos de idiomas, para o caso de mudança para outros países, medicina esportiva, psicologia, nutrição e informática. O projeto já consolidou acordos técnicos com o Paulista de Jundiaí, sua
principal base no Brasil, e com o Lausanne da Suíça, porta
de entrada para seus atletas na Europa. Pelé, além de ceder seu nome como marca, fará parte do comitê estratégico da Sport Investiments, que orientará a formação.
APOSTA EM DOBRO
A rede hoteleira Bourbon se prepara para crescer 100%
neste ano, com projeto de construção de novas unidades e
conversão da bandeira de algumas já existentes. "Vamos
atuar nas principais capitais do país, principalmente no Nordeste, diz Sergio Rodolfo de Assis, diretor de negócios da rede, que existe há 43 anos e que atua na Argentina e em Cuba. O investimento para os novos hotéis gira em torno de R$
52 milhões. Entre os projetos em negociação estão os de novas unidades em Puerto Iguazu, na Argentina, e em São Paulo, nas regiões da avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini e
do parque Ibirapuera. Há também o projeto de um resort,
na cidade de Penha (SC). "Estamos investindo ainda em outro segmento, o de pousadas de charme, que são pequenas, mas bastante luxuosas", afirma Assis.
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